O percentual de adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos que vivem em famílias de extrema pobreza (até um quarto de salário mínimo per capita) cresceu entre 2004 e 2009. Segundo o relatório “Situação da Adolescência Brasileira 2011”, do Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância), o percentual passou de 16,3% para 17,6%. No mesmo período, a situação de extrema pobreza da população em geral caiu de 12,4% para 11,9%.
Segundo o documento do Unicef, os adolescentes são mais vulneráveis que outros segmentos da população e, entre eles, a desigualdade gera problemas como trabalho precário, dependência química, abuso sexual e homicídios.
Enquanto a taxa de homicídios da população em geral é de 20 a cada 100 mil, na população de 15 a 19 anos é de 43,2 a cada 100 mil. Os adolescentes negros entre 12 e 18 anos, segundo o Unicef, têm o risco 3,7 vezes maior de ser assassinado. Já um adolescente indígena tem 3 vezes mais chance de ser analfabeto.
Do total de 500 mil adolescentes analfabetos, 68,4% são meninos. Para cada oito meninos de 13 a 19 anos infectados com HIV/Aids há dez meninas com o mesmo vírus.
O relatório indica situação de maior pobreza entre os adolescentes em comunidades, assentamentos e favelas e também entre aqueles que vivem na Amazônia e no semiárido.
20% estão fora da escola
Em seu primeiro relatório sobre a situação dos adolescentes brasileiros, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância na sigla em inglês) informou ontem que 20% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade estão fora da escola, em uma faixa etária que abrange quase todo o ensino médio. Já entre as crianças entre 6 e 14 anos de idade vivem situação bem menos crítica, com menos de 3% sem estudar.
O documento leva em conta a evolução dos indicadores sociais entre 2004 e 2009, com foco na população de 21 milhões de pessoas – o equivalente a 11% da população brasileira – entre 12 e 18 anos. De acordo com o Unicef, esse retrato é único porque “as projeções demográficas mostram que o Brasil não voltará a ter uma participação percentual tão significativa dos adolescentes no total da população”.
A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, e de seu futuro sucessor, Gary Stahl, sugeriram que o governo federal monte um plano específico no Plano Nacional de Educação para os adolescentes fora da escola, para os que correm risco de desistirem e para os retidos no ensino fundamental.
Fonte: São Paulo (Folhapress)
www.luizcouto.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário