No rol de 431 emendas apresentadas por
deputados e senadores à medida provisória (MP 579/12) que reduz as tarifas de
energia elétrica no Brasil, três delas se destacam por se configurar como uma
investida explícita do PSDB contra a proposta que beneficia consumidores de
energia em todo o País. A MP 579 prevê por meio de dois mecanismos – reduções
de encargos e renovação dos contratos de concessões de geração, transmissão e
distribuição – uma queda de cerca de 20,2% na tarifa de energia elétrica,
variando de 16,2% para consumidores residenciais e pequenos comércios até 28%
para grandes consumidores industriais. Na contramão da proposta
apresentada pela presidenta Dilma Rousseff, o PSDB está sugerindo modificações
que vão prejudicar os consumidores originalmente beneficiados. Uma das emendas
tucanas é a número 274, de autoria do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que
suprime os artigos 1º a 16 e 26 a 28, de forma a desfigurar totalmente a MP.
Isso porque a referida emenda retira a parte de amortização dos ativos e
renovação dos contratos de concessão, mantendo somente os itens que tratam da
redução dos encargos setoriais. O problema é que, sem os demais dispositivos
(que a emenda suprime), não há garantia total da implementação da proposta nem
da possibilidade de alcançar a redução tarifária pretendida. “Essa é a prova
clara de que o PSDB é contra o povo. As três emendas refletem uma postura de
quem não concorda com a redução da tarifa de energia elétrica para os
consumidores brasileiros, sejam domésticos, pequenos comerciantes ou
industriais”, analisa o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), que vai presidir a
comissão especial que dará parecer à Medida Provisória 579. Outra emenda tucana
– a número 287, de autoria do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) – prevê que os
recursos da Conta de Desenvolvimento Elétrico, utilizados entre outros fins,
para garantir a universalização dos serviços de energia elétrica e menores
tarifas para consumidores de baixa renda, sejam usados também para ressarcir eventual
perda de arrecadação do ICMS dos estados. O autor da emenda justifica que os
estados terão perdas por conta da redução nas receitas de ICMS, já que os
encargos do setor elétrico que serão reduzidos ou extintos fazem parte da base
de cálculo do imposto. Ou seja, os estados que já cobram alíquotas altíssimas
de ICMS (de 18 a 25%), como o Paraná, governado pelo PSDB, não querem
contribuir com a redução da conta de energia elétrica para os consumidores. Uma
terceira emenda tucana que desconfigura a MP 579 é a número 112, do senador
Álvaro Dias (PSDB-PR). Vale ressaltar que, adicionalmente, a medida do governo
institui um regime de cotas na distribuição equânime de energia pelas geradoras
para todo o País, a fim de beneficiar os consumidores residenciais e pequenos
negócios (que compõe o mercado cativo). A emenda do senador quer incluir nesse
grupo os chamados consumidores livres o que poderá prejudicar a redução
tarifária dos beneficiários originais do sistema de cotas.
Equipe PT na Câmara
Fonte:www.luizcouto.com
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