Nossa Senhora de Guadalupe
apareceu ao índio São Juan Diego pela primeira vez em 9 de Dezembro de 1531. A
terceira e última aparição aconteceu em 12 de dezembro do mesmo ano. Embora São
Juan Diego tenha um papel tão importante na história das Américas, pouco se
fala da pessoa dele. E, ouvindo se tratar de um índio acredita-se geralmente
que ele não tem história conhecida, salvo o fato da aparição. Entretanto os
estudos históricos e sociológicos mais abalizados mostram que São Juan Diego
não foi um índio comum: ele foi príncipe e de família real. Esse rango
principesco de São Juan Diego contribuiu poderosamente para o batismo em massa
de milhões de mexicanos. “Nos dez anos anteriores à aparição, os missionários e
os franciscanos converteram ao catolicismo entre 250 e 300 mil indígenas no
México, enquanto que após o milagre de Guadalupe acontecido em 1531, em apenas
7 anos converteram-se 8 milhões de pessoas”, explicou o Padre José Fortunato
Alvarez, secretário chanceler do Bispado de Mexicali.
Por parte de pai, São Juan Diego foi neto de Netzahualcóyotl (1402-1472), rei de Tezcoco Netzahualcóyotl
ficou conhecido como o “rei poeta” e é considerado “o monarca mais distinto do Antigo México, suas
idéias e forma de governo foram de um humanismo notável e diferente da
ideologia reinante”. Rei Netzahualcóyotl escreveu poesias nas quais se reflete
um espírito não-batizado que intui a existência de um único Deus, criador de
todas as coisas e ao qual se deve todo o culto. Neste sentido, destoa da vulgar
idolatria que grassava entre os astecas. Eis um de seus poemas: Em nenhum lugar
habita o Criador. É invocado em todas as partes, Em todas as partes se anseia
por ele, E se busca o seu nome, a sua glória Sobre a terra. Ele é o Criador de
tudo. É invocado em todas as partes, Em todas as partes se anseia por ele, E se
busca o seu nome, a sua glória Sobre a terra. Ninguém, realmente, Ninguém pode
ser amigo; Do Senhor da Vida. É invocado, somente: Com ele, apenas, e junto a ele;
É que se vive sobre a terra. Quem o encontra, o conhece, e se deleita com ele.
É invocado somente: Com ele, apenas, e junto a ele É que se vive sobre a terra.
Fonte: “Dezoito cantos nahuatl”, de Marcos Caroli Rezende - Editor da UFSC·
Fonte: “Dezoito cantos nahuatl”, de Marcos Caroli Rezende - Editor da UFSC·
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