Infelizmente a grande maioria de nossa população é informada sobre o
Brasil e o mundo através do jornalismo reacionário da Grande Mídia (Globo, SBT,
Record,BAND, Veja, Época, etc..) que diariamente insiste em querer colonizar
nossas mentes. Felizmente, nos últimos anos, tem aumentado o número de veículos
de mídia alternativa de posições mais progressistas e comprometidas com a
realidade factual. São exemplos, a revista Carta Capital assim como muitos sites na internet. Todas as
vezes que passo nas bancas de jornal compara as manchetes de capa das revistas
Veja e Carta Capital. Ontem me deparei com as duas capas abaixo referidas a
morte de Hugo Chaves. Sobre a morte de Hugo Chávez e o poder da mídia vale
conferir a matéria abaixo do Mino da Carta Capital. O
Brasil tem um ponto em comum com a Venezuela: o brutal desequilíbrio social.
Havia outro até data recente, representada pela extraordinária semelhança entre
a mídia venezuelana e a brasileira, uma e outra a serviço da oligarquia e da treva,
sempre e sempre dispostas a inventar, omitir e mentir. Se hoje não há como
alegar esta inglória parecença, é porque Hugo Chávez, ao contrário do governo
do Brasil, decidiu enfrentar o inimigo. No momento, mais da metade dos órgãos
de comunicação venezuelanos são públicos, o que permite restabelecer um
razoável equilíbrio entre as forças envolvidas nesta guerra. As palavras guerra
e inimigo estão longe de ser exageradas. O ataque ao governo de Dilma Rousseff
é feroz e diuturno, assim como foi a Lula e a Chávez. A mídia nativa, aliás,
continua na ofensiva contra o líder venezuelano e celebra sua morte como se o
odiado inimigo tivesse tombado no campo de batalha. Populista? Por que lutou contra o
neoliberalismo e a favor dos desvalidos? Por que defendeu a unidade
latino-americana; e o petróleo do seu país? Por que tirou muitos venezuelanos
da miséria; e erradicou o analfabetismo? Foto: Juan Barreto/AFP; As razões são óbvias. Chávez, como Lula e Dilma, mexeu com os interesses da
minoria privilegiada. Há diferenças entre o venezuelano e os brasileiros, ao
contrário destes, aquele recorreu a formas autoritárias de poder. Mesmo assim,
tratou-se de um formidável reformador e de um incentivador da unidade
latino-americana a bem da independência do subcontinente, enfim livre da
condição de quintal dos Estados Unidos. Nem tudo na atuação de Chávez merece
admiração, mas seus méritos estão expostos à luz do sol. Leio as diatribes
ficcionais da nossa mídia, dizem que se tratou de um déspota populista. A
definição é tão imprópria quanto foi batizar de “terrorista” quem lutou contra
a ditadura civil-militar. Populista porque nacionalista ao defender o petróleo
de seu país como fez Getúlio Vargas em 1952 ao criar a Petrobras? Ou populista
porque condenou firme e inexoravelmente o neoliberalismo? Tropecei
na quarta 6 de março no delirante editorial da Folha de São Paulo, que
condenava o “populista” Chávez por causa do seu peremptório não ao
neoliberalismo. Ora, ora, mas não foi a religião do deus mercado que nos
mergulhou na maior crise econômica, política e social dos últimos dois séculos?
Algo não menos assustador do que as epidemias de peste negra da Idade Média. Ah,
claro, populista por ter tirado da miséria uma larga fatia de venezuelanos, e
por ter garantido assistência médica e hospitalar a todos os concidadãos, e por
ter erradicado o analfabetismo. Tal é a linha da mídia nativa, exército dos
barões. O jornalismo há de se basear no respeito da verdade-factual, no
exercício do espírito crítico e na fiscalização do poder. Os barões midiáticos
e seus regimentos desrespeitam a verdade factual e submetem o espírito crítico
aos seus dogmas e preconceitos. Quanto à fiscalização do poder, cuidam de
investir de arma em punho contra quem ali está há dez anos, depois de ter
elevado à glória dos altares o governo tucano de FHC e tornado motivo de culto
todas as suas mazelas. Creio não ser
árduo perceber que estamos a assistir, há dez anos, a uma ofensiva bélica, em
pleno desrespeito às regras éticas do jornalismo e do senso de responsabilidade
imposto pela consciência da cidadania. Não nos defrontamos simplesmente com uma
mídia a serviço da oposição, e sim com uma artilharia capaz de executar seu
bombardeio sem solução de continuidade. (Luciano
Silveira (83)9971-5604)
Nenhum comentário:
Postar um comentário