Quando o ministro das Cidades, o paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP), faz
alertas sobre a dificuldade que as prefeituras têm elaborar projetos para
assegurar recursos públicos extras do governo federal ele não atira no
escuro. Levantamento revela que nos últimos anos dos R$ 278 bilhões
disponibilizados pelo governo federal para convênios, cerca de R$ 66 bilhões
foram desperdiçados. Na Paraíba, prefeituras deixaram de ganhar R$ 2,4
bilhões. É o que aponta estudo feito pelo professor mineiro Isaias Carvalho,
consultor e instrutor de projetos, que estará ministrando curso na Paraíba nas
próximas semanas de como explorar o Sistema de Gestão de Convênios e Contratos
de Repasse (Siconv), instrumento disponibilizado pelo governo federal que pode
ser usado pela Internet, sem a necessidade de lobistas ou até mesmo da
influência de deputados federais ou senadores. Segundo Isaías, o desperdício é
muito grande, porque os prefeitos miram tão somente nas emendas do Orçamento
Geral da União, colocando todas as esperanças em seus deputados federais e
senadores, quando se sabe que as emendas representam apenas 15% dos recursos
que a União pode repassar para os municípios. Segundo ele, é como brigar
por cargas de formiga, deixando passar cargas de elefantes. “Os outros 85% são
de propostas voluntárias e ou específicas, o que pode ser comparado a brigar
por cargas de formigas, deixando passar cargas dos elefantes. Enquanto isto,
devido à omissão dos gestores, a miséria evolui a níveis insustentáveis,
gerando clima social adverso, que podem e devem se refletir nas próximas
eleições estaduais e federais”, diz o professor no artigo “Gestor público
versus o Exterminador do Futuro”. Levantamento dos últimos 18 anos mostra que a
Paraíba ocupa a décima segunda colocação do Brasil em arrecadação de verbas br federais via convênios. No
Nordeste, é o quarto colocado, recebendo menos convênios do que Pernambuco,
Ceará e Bahia. Recebeu R$ 7,1 bilhões, enquanto que Pernambuco, que ocupa a
quinta colocação nacional recebeu R$ 17 bilhões no mesmo período. Mas esse
quadro pode mudar. Em 2013, além do orçamento de R$ 32 bilhões para projetos
com recursos federais, teremos uma sobra do ano passado com cerca de R$ 11
bilhões, totalizando R$ 43 bilhões, no mínimo. Gestores públicos, presidentes
de ONGs e até representantes de igrejas terão oportunidade de aprender no curso
promovido pela Solaris como usar os mecanismos do Siconv, elaborar projetos e
prestar contas. No caso dos prefeitos, está na hora de se livrar do domínio do
FPM. (Luís Tôrres)
Fonte: www2.luistorres.com.
Fonte: www2.luistorres.com.
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