SP247 –
Primeiro governador a ser alvo das manifestações populares de junho, Geraldo
Alckmin (PSDB) tem motivos para temer o cenário político de 2014. O tucano foi
criticado inicialmente pelo preço da tarifa do transporte público, e em seguida
pela abordagem violenta da Polícia Militar no Estado. Alckmin, que já passou
pelos piores momentos relacionados a protestos, está agora no meio um escândalo
que envolve a primeira gestão de seu governo – o da formação de um cartel em
licitações do Metrô e da CPTM cujo pivô é a multinacional Siemens, que está denunciando
o esquema. Na noite do domingo 4, o governador se reuniu com o chamado núcleo
político de seu governo, no Palácio dos Bandeirantes, para avaliar o cenário
eleitoral do próximo ano. O governo encomendou pesquisas, a serem realizadas em
diferentes regiões do Estado, para apurar qual foi exatamente o prejuízo tido
com as manifestações. O objetivo é quantificar as perdas contra a figura de
Alckmin e como isso pode se refletir em 2014. O Movimento Passe Livre, que deu
início aos protestos, programa para o dia 14 uma grande manifestação, agora
contra o chamado propinoduto tucano nos transportes paulistas, ato que está
provocando grande temor em Alckmin. A tese dos ativistas é que, sem desvios nas
obras do Metrô, as tarifas do transporte público seriam muito mais baratas em
São Paulo. Ontem, um grupo de cerca de 20 manifestantes continuava acampado,
desde a madrugada de sábado, diante da sede do governo, onde mora o governador,
pedindo, entre outras reivindicações, uma CPI na Assembléia Legislativa para apurar
o esquema. (Reação
do governo) Neste final de semana, Alckmin decidiu sair da
defensiva para tentar blindar seu governo às vésperas da campanha de sua
reeleição. Como fez seu secretário-chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, na
última sexta-feira, o governador colocou a culpa no Cade, órgão regulador da
concorrência de mercado, que, segundo ele, não estaria dando acesso aos
documentos sobre o caso e promovendo um "vazamento de informações por
baixo do pano". "O vazamento está causando prejuízos às pessoas e
enxovalhando até um homem de honra como o Mário Covas", disse. O problema
(para Alckmin) é que a denúncia não vem do Cade, mas da Siemens, empresa que
diz fazer parte do esquema e que já revelou que havia conhecimento de governos
tucanos no Estado, que teria dado inclusive o aval para a concretização do
esquema. A denúncia da multinacional alemã inclui ainda o pagamento de propina
a políticos do PSDB. Mesmo que Alckmin consiga provar que não sabia do esquema,
portanto, terá que trabalhar duro para reconstruir sua imagem, já atrelada ao
caso.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247
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