Com a fachada do prédio
da Globo cheia de merda, a empresa faz mea culpa e assume que serviu ao regime
militar; Com
a fachada do prédio da Globo cheia de merda, a empresa faz mea culpa e assume
que serviu ao regime militar. Na verdade, trata-se somente de uma tentativa de
limpar a sua imagem diante da opinião pública, o que não deixa de ser algo
muito curioso. Até pouco tempo, a Globo formava a opinião pública. A Globo, e
seus associados na grande imprensa, agendavam a política nacional,
"testava hipóteses", destruía reputações e conduzia as emoções da
sociedade. Em junho, porém, em meio à multidão mal humorada, um contingente
considerável de jovens achincalhava a emissora, o que obrigou a Rede dos
Marinhos a posicionar seus câmeras men como snipes no alto de edifícios, com
medo do povo que se manifestava. Ainda mais alto, jornalistas se escondiam em
helicópteros. No chão, os repórteres, temendo reações violentas da juventude
revoltosa, escondiam o distintivo da empresa, demolindo de vez por todas a
jactante bazófia de Bozó. Bozó foi um lendário personagem de Chico Anysio que
se notabilizou pelo seu bordão "eu trabalho na Globo" e em seguida
mostrava o crachá, com o logotipo que outrora fora símbolo de credibilidade,
uma marca tão forte que era capaz de abrir todas as portas. Antes da esperta
tentativa de magnanimidade da Globo, um de seus ventríloquos mais tresloucados,
Arnaldo Jabor, já havia tentando limpar a própria barra com a moçada também por
meio de um mea culpa. A empresa usa a mesma estratégia. Se a coisa continuar
assim, daqui a pouco vai começar a aparecer funcionários globais pedindo
desculpas pra sociedade por ter servido fielmente, e há tantos anos, aos mandos
e desmandos de seus patrões. Seria o fim da era Bozó? E por quê? Porque parece
que há algo de novo no reino da comunicação. O discurso antes hegemônico da
velha mídia, ou mídia velha, agora se choca com novas vozes e novos atores
sociais. A Globo está perdendo audiência, foi escorraçada pelos jovens nas ruas
nas manifestações em junho, foi pega em flagrante numa sonegação fiscal de mais
de Surge um novo discurso e um discurso novo, perpetrado por jornalistas
autônomos, responsáveis pelos próprios blogues e, portanto, pelas próprias
ideias; fortalecido por ativistas digitais e multiplicado por meio das redes
sociais. 600 milhões de lascas e todas as suas tentativas de derrubar o governo
trabalhista têm fracassado desde 2003. De junho até agora, a popularidade da
presidenta caiu e voltou a subir sem que a Globo tivesse o controle da
situação. O colar do tomates da Ana Maria Braga, não colou, o dragão da
inflação parou de exalar fogo pelas ventas, o Mantega não derreteu, Lula não
voltou porque nunca saiu, Dilma subiu, os PSDB virou vidraça, Joaquim Barbosa a
cada dia se enforca um pouco mais com a própria gravata e, por fim, a fachada
da emissora amanheceu toda emporcalhada de merda. Fora de sintonia com a
sociedade, apoiou o errático e suspeito rechaço das agremiações médicas contra
a contratação de colegas cubanos. A coisa virou um ódio cego e vergonhoso,
marcado pela imagem deletéria das jovens cearenses vaiando um médico negro aos
berros de "escravo, escravo". A Globo, ao invés de ficar ao lado do
povo preto e pobre sem assistência à saúde, preferiu municiar o coxismo dos
esculápios ressentidos. Embora tardiamente, Noblat foi contra os seus patrões e
disse que embarcar nessa campanha de ódio aos médicos cubanos era uma insanidade,
antes já havia escrito um texto ácido contra Joaquim Barbosa que destoava
completamente do tratamento que o herói de toga vinham recebendo dos
bilionários donos da Globo. Recentemente, Jorge Pontual desapontou o
cricrilante apresentador do programa Painel, da Globo News, ao tecer loas à
medicina cubana, o site do programa retirou a janela de Pontual do ar. Estariam
os globais menos Bozós? Parece que não é só a globo que está tentando limpar
sua imagem, seus funcionários também. Merda é uma coisa que fede muito e suja
pra burro. Mas no caso das Organizações Globo trata-se de pura e descarada
marquetagem. Para continuar sendo o que sempre foi, a Globo diz que não é mais
aquela. No entanto, como disse Cid Moreira, qual encanecido boneco de
ventríloquo, no inesquecível vídeo em que lia o direito de resposta que a
justiça concedeu a Leonel Brizola: "tudo na Globo é falso".
Fonte: http://www.brasil247.com
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