A ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, disse nessa
quinta- feira (24) que a gestão dos resíduos sólidos é tema central da agenda
ambiental do país. “Este é um tema de política pública e não de programas e
ações de curto prazo”, disse, durante a abertura da 4ª Conferência Nacional de
Meio Ambiente (CNMA), que vai discutir, entre outras medidas, a erradicação dos
lixões até 2014 prevista na Lei 12.305, de 2010, que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). “Acabar com lixões não é só cumprir o
prazo da lei. Acabar com lixões é transformar os catadores em empreendedores, é
mudar a relação produtiva no país, é dar dignidade na geração de empregos”,
ressaltou a ministra. Pela Lei 12.305, após 2014 o Brasil não poderá mais ter
lixões, que serão substituídos pelos aterros sanitários. Além disso, os
resíduos recicláveis não poderão ser enviados para os aterros sanitários e os
municípios que desrespeitarem a norma poderão ser multados. Para a ministra, as
prefeituras devem procurar cumprir o prazo da lei, mas há que se levar em conta
a diversidade da realidade de todos os municípios. “É importante ouvir a
sociedade nessa discussão”. O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro,
informou que a maioria dos municípios ainda não apresentou os planos de
resíduos sólidos previstos na PNRS. “Até 2012, apenas 10% dos municípios haviam
elaborado os planos municipais de resíduos sólidos. Estamos com a implementação
da lei muito comprometida. Ainda existem muitos desafios pela frente”, disse o
ministro. A representante do Movimento Nacional dos Catadores Recicláveis,
Claudete Costa, ressaltou que, apesar do prazo para o fechamento dos lixões até
o ano que vem, ainda não existe uma política pública voltada para a categoria.
“Pedimos apoio para os catadores de recicláveis, que em sua maioria são
mulheres. Cuidamos do meio ambiente e geramos emprego e renda”, disse. A
conferência vai discutir, entre outras medidas, o fortalecimento da organização
dos catadores de material reciclável por meio de incentivos à criação de
cooperativas, a ampliação da coleta seletiva, o fomento ao consumo consciente e
a intensificação da logística reversa, que obriga as empresas a fazer a coleta
e dar uma destinação final ambientalmente adequada dos produtos. No último dia
do evento, domingo (27), será produzido um documento final com 60 ações
prioritárias que constarão na carta de responsabilidade compartilhada da 4ª
CNMA.
Fonte: Agência Brasil
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