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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Governo responde a reivindicações dos sem-terra e MST descobre que só colhe paz quem planta paz


No lugar de facões, flores. No lugar de reféns, interlocutores. No lugar de gritos, diálogo. No lugar de “nãos”, “sins”. Essa foi a transformação do cenário registrado no início da semana com a invasão dos sem-terra no Centro Administrativo para a audiência de hoje mantida entre líderes do Movimento Sem-Terra e o governador Ricardo Coutinho (PSB), no Palácio da Redenção. Por mais de quatro horas, o governador e secretários de Estado, entre eles, Cida Ramos, do Desenvolvimento Humano, Estela Bezerra, da Comunicação, Marenilson, Agricultura, e Aracilba Rocha, Finanças, ouviram e falaram sobre a realidade agrária na Paraíba. Destacaram os investimentos do governo no campo, entre eles em infra-estrutura em assentamentos e na agricultura familiar, e se comprometeram a avançar em outras ações nas áreas de saúde e educação. “Neste governo, tivemos mais de R$ 8 milhões do Cooperar, que é dinheiro nosso, investido em assentamentos, na compra de tratores, em arranjos produtivos locais e ao mesmo tempo reconhecemos que queremos fazer muito mais. Não pensamos frontamente contrários. Pensamos igual em muitos pontos, mas em outro aspecto temos visões completamente diferentes”, disse o governador aos quinze representantes de movimentos ligados aos trabalhadores rurais, que na entrada receberam flores da Polícia Militar. Mesmo com o clima de cordialidade que prevaleceu no encontro, o governador não deixou de reprovar os atos que foram registrados quando da invasão do Centro Administrativo, onde pessoas foram impedidas de sair dos prédios e algumas tiveram seus veículos depredados. Ele disse que o governo não aceita nem aceitará mais ações daquele tipo. Os sem-terra não revidaram. Certamente, menos pela “ameaça” do governador e mais pela própria consciência que perderam a razão e a opinião pública ao extrapolarem na reivindicação da última segunda. Se já sofriam certos preconceitos, daquela segunda passaram a ser vistos ainda mais negativamente. Nos dias que se seguiram após segunda, bastava alguém ver dois ou mais sem-terra juntos que já gritava: “Corre quem lá vem os sem-terra!”, como se fossem monstros devoradores. A quinta-feira veio para redimir um pouco a imagem. Os sem-terra entraram calmos e saíram satisfeitos. “Foi uma reunião positiva. O governador atendeu nossos pedidos. Chegou o momento do êxito e temos a agradecer. Nossa pauta de 20 itens foi atendida. Em parceria com o Incra, as  áreas serão desapropriadas. Na área do litoral, no acampamento Wanderley Caixe será feita uma vistoria em conjunto com o Incra… o governador atendeu todos os pedidos e vamos esperar que sejam implantados. O prazo é até março do próximo ano porque há projetos que têm alto custo financeiro”, declarou um dos líderes do movimento ao final do encontro. Para Cida Ramos, a verdade e o diálogo prevaleceram. Deveria ser sempre assim. O MST colheria um conceito melhor junto à opinião pública.

Foto: Parlamentopb

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