Novo marco
legal reconhece valor das tecnologias para a convivência com o Semiárido e
permite contratação simplificada
A
presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou a lei que institui o
Programa Nacional de Apoio à Captação de Água da Chuva e outras Tecnologias
Sociais de Acesso à Água – Programa Cisternas. Com a Lei nº 12.873, o
governo federal reconhece as cisternas como ferramentas eficazes de promoção da
convivência com o Semiárido, além de diminuir a burocracia na contratação e no
repasse de recursos para a construção dos reservatórios. Os contratos
também poderão ser feitos de forma direta, desde que as construções sejam
feitas pelas próprias comunidades, junto com instituições locais não
governamentais e redes oficiais de pesquisa. A sanção foi publicada na última
sexta-feira (25), no Diário Oficial da União. Para o secretário nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, a lei é uma conquista para o Estado
brasileiro e para as regiões que enfrentam a seca, em especial o Semiárido.
“Com o novo modelo de contratação, vamos aumentar a capacidade operacional do
programa e avançar no cumprimento da meta de universalização do acesso à água
nas áreas rurais do Semiárido, estabelecida pelo Plano Brasil Sem Miséria.” Campos
ressalta que as tecnologias sociais de captação e armazenamento de água são
simples, de baixo custo e contam com a participação dos próprios beneficiários
e da comunidade para sua implantação. Além disso, constituem-se em processos de
capacitação das comunidades na gestão da água, no uso racional, na manutenção
da qualidade e aplicação, não só para o consumo humano, mas também para o
consumo animal e para a produção de alimentos. A agricultora familiar Ana
Batista, 39, vive na Comunidade Vira-Mão, em Biritinga (BA), tem seis filhos e
é beneficiária do Programa Bolsa Família. Na região onde ela mora, a seca
castigou durante dois anos sem chuva. Até o início de 2013, antes de a cisterna
da família ser construída, ela tinha que ir buscar água em um poço artesiano
com água salobra. “Aquela água não mata a sede não”, lembra. Dona Ana contou
também como foi a primeira vez que não teve que tomar a água salobra. “O gosto
dela é muito diferente. A água é doce”. Ana Batista disse que um médico da
região orientou os pacientes com hipertensão arterial a não consumir a água do
poço. “Depois que teve a cisterna, parece que a pressão do povo não subiu
mais”, comenta. O Programa Cisternas existe desde 2003, mas não possuía marco
legal. Os reservatórios eram construídos em parceria com os estados e a
sociedade civil por meio de contratos. Entretanto, como o crescimento dos
esforços e com a meta do Plano Brasil Sem Miséria de entregar 750 mil cisternas
por meio do Programa Água Para Todo um marco regulatório próprio tornou-se
necessário para acelerar a execução. Leia
também: Água para Todos já entregou
401,7 mil cisternas em dois anos
Fonte: Ascom/MDS
Nenhum comentário:
Postar um comentário