Prefeitos de
cidades que registrarem piora nos índices de qualidade da educação podem ficar
inelegíveis por cinco anos caso seja aprovada a Lei de Responsabilidade
Educacional, cujo texto deve ser apresentado quarta-feira, 11, na Câmara
Federal. O não cumprimento do gasto mínimo de investimento na área e de
critérios sobre infraestrutura também poderão ser enquadrados na legislação. O
debate sobre responsabilidade educacional ganhou força recentemente. Embora
haja previsão legal para a oferta de um ensino de qualidade, a inovação que
aparece agora é a de determinar quais serão as punições. Segundo especialistas,
depois de décadas de esforço voltado para universalização do acesso, é
imprescindível criar mecanismos para cobrar qualidade. Já o texto que deve ser
apresentado na Câmara na quarta-feira estipula o Ideb (Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica) como critério - o que divide opiniões.
"Nenhum prefeito poderá permitir o retrocesso até atingir a meta do
PNE", diz o relator, deputado Raul Henry (PMDB-PE). "Temos uma péssima
realidade da educação, e as vítimas não percebem que são vítimas porque não há
pressão pela qualidade." "É fundamental esse próximo passo: definir
as conseqüências quando o direito social não é efetivado", defende a
diretora da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz. De acordo com ela, a lei
não deve ser uma caça às bruxas e precisa prever excepcionalidades, como as
contingências orçamentárias. Crítica ao projeto, a presidente da União Nacional
dos Dirigentes Municipais de Educação, Cleuza Repolho, diz que é preocupante
que a responsabilidade caia sobre os ombros dos prefeitos. "É inválida a
ideia de que o desafio na educação não é de recursos, mas apenas de
gestão." A consultora em educação Ilona Becskeházy diz que é importante
criar responsabilidade, mas discorda do critério do Ideb. "A melhor
maneira de responsabilizar é expor os prefeitos que vão mal. Assim se busca a
maturidade na sociedade." (O Estado de S. Paulo)
Fonte: http://www.paraiba.com.br
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