sábado, 1 de fevereiro de 2014

Dilma: bloqueio a Cuba é injusto


Presidente participa de inauguração do Porto de Mariel ao lado de Raúl Castro e anuncia mais US$ 290 mil

Em seu primeiro compromisso oficial em Cuba, ontem, a presidenta Dilma Rousseff classificou como injusto o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde os anos 60. “Mesmo sendo submetido ao injusto bloqueio econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe”, lembrou a brasileira durante discurso de inauguração da primeira etapa do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, capital do país, ao lado do presidente de Cuba, Raúl Castro.
O porto custou US$ 957 milhões e, deste total, US$ 682 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo o Blog do Planalto, para liberar o financiamento, o banco exigiu como contrapartida que, pelo menos, US$ 802 milhões fossem gastos no Brasil, na compra de bens e serviços nacionais. Os presidentes Evo Morales (Bolívia) e Nicolas Maduro (Venezuela), participaram da inauguração.
A área do porto equivale a 450 quilômetros quadrados e, durante sua construção, foram criados 150 mil empregoshttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png no Brasil, diretos e indiretos. Segundo Dilma Rousseff a expectativa é que com a entrada em operação do porto e da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel o desempenho de Cuba aumente substancialmente.
A presidenta adiantou que o BNDES vai financiar a segunda etapa de construção do porto com US$ 290 milhões. “Várias empresas brasileiras manifestaram interesse em instalar-se na zona especial”, garantiu.
Outro ponto destacado por Dilma foi o pontencial de comércio entre os dois países. Segundo ela, há “grandes oportunidades de desenvolvimento” nos setores de equipamentos para a saúde, medicamentos e vacinas. “O Brasil quer se tornar um parceiro econômico de primeira ordem para Cuba. Acreditamos que uma maneira de estimular a aliança é aumentar o fluxo bilateral de comércio”, disse a presidenta, que vai enviar um grupo de empresários brasileiros a Cuba.
Dilma aproveitou a cerimônia para agradecer o envio de profissionais para o Programa Mais Médicos. Desde o lançamento do programa, Cuba enviou 5,3 mil médicos para trabalhar nohttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png Brasil. Hoje, a presidenta participa da abertura da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. 
Cristina Kirchner pede reunião com petista:
Havana (Folhapress) - Após chegar a Cuba, ontem, para participar da reunião da Celac, organização que reúne todos os países das Américas, à exceção de EUA e Canadá, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com a colega Argentina, Cristina Kirchner, para discutir “os movimentos especulativos” que estão atingindo os países emergentes. A pedido de Cristina, as duas se encontraram no hotelhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png onde Dilma está hospedada em Havana, o Meliá Havana.
Dilma não conversou com a imprensa depois do encontro, mas, segundo porta-vozes argentinos, a presidente do Brasil afirmou estar contente com a recuperação de Cristina depois da cirurgia a que a líder argentina foi submetida no ano passado. Dilma teria dito a Cristina que ela “está muito bem”.
Assim que chegou ao hotelhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, Dilma foi recebida por dois brasileiros que estudam medicina em Cuba. Um deles, Maria de Fátima, recebeu a presidente com flores e a agradeceu. Dilma deveria encontrar-se com estudantes de medicina durante cerimônia do programa Mais Médico. Antes do encontro com Dilma, Cristina Kirchner almoçou com Fidel Castro.
Oposição quer investigação sobre escala:
Brasília (Folhapress) - A oposição pediu ontem a abertura de um inquérito civil público na Procuradoria-Geral da República para investigar uma escala da presidente Dilma Rousseff em Portugal, no último sábado. Na representação, o PPS solicitou que o Ministério Público Federal avalie se houve improbidade administrativa diante dos gastos da comitiva presidencial durante a parada que não estava prevista na agenda oficial divulgada pela Presidência.
Dilma fez uma escala em Portugal quando voltada da viagem à Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, antes de chegar a Cuba no domingo. Sem compromissos oficiais em Lisboa, Dilma jantou no Eleven, um dos três únicos restaurantes da cidade a ter uma estrela no guia Michelin’, e ficou hospedada no Ritz Four Seasonshttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png, um dos mais luxuosos da capital.
A presidente ficou cerca de 15 horas em Portugal. Uma parte da equipe ficou no mesmo hotelhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png que ela. Outra, no Tívoli. No Ritz, o valor das diárias vai de 360 euros (R$ 1.188) para o quarto comum a 8.265 euros (cerca de R$ 27 mil) para a suíte presidencial.
Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), a despesa foi “desnecessária e divorciada do interesse público, o que poderia caracterizar, pelo menos em tese, ato de improbidade administrativa”.
“É um gasto desnecessário com hotéishttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png e restaurante luxuoso num momento em que o país sofre com a volta da inflação, a elevação dos juros, a desconfiança interna e externa e um crescimento econômico medíocre”. Ele disse ainda que o Planalto precisa explicar porque a comitiva não ficou na embaixada do Brasil em Lisboa.
“O fato de não ter qualquer compromisso oficial em Lisboa não justifica esse gasto excessivo, o que exige a instauração de inquérito civil público para apurar se ele foi mesmo necessário”, completou. Essa é a segunda movimentação de partidos da oposição em relação à viagem de Dilma. Ontem, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que iria pedir informações ao Executivo sobre os gastos com a escala para eventualmente tomar providências.
Em nota, a Presidência da República afirmou que a parada técnica em Lisboa foi “adequada” porque o Airbus presidencial não tem autonomia para voar da Suíça a Cuba.
Fonte: Agência Brasil

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