Presidente
participa de inauguração do Porto de Mariel ao lado de Raúl Castro e anuncia
mais US$ 290 mil
Em seu primeiro compromisso oficial em
Cuba, ontem, a presidenta Dilma Rousseff classificou como injusto o bloqueio
econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde os anos 60. “Mesmo sendo
submetido ao injusto bloqueio econômico, Cuba gera um dos três maiores volumes
de comércio do Caribe”, lembrou a brasileira durante discurso de inauguração da
primeira etapa
do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, capital do país, ao lado do presidente de Cuba,
Raúl Castro.
O porto custou US$ 957 milhões e, deste
total, US$ 682 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). Segundo o Blog do Planalto, para liberar o financiamento, o
banco exigiu como contrapartida que, pelo menos, US$ 802 milhões fossem gastos
no Brasil, na compra de bens e
serviços nacionais. Os presidentes Evo Morales (Bolívia) e
Nicolas Maduro (Venezuela), participaram da inauguração.
A área do porto equivale a 450 quilômetros
quadrados e, durante sua construção, foram criados 150 mil empregos
no Brasil, diretos e indiretos. Segundo Dilma Rousseff a expectativa é que com
a entrada em operação do porto e da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel
o desempenho de Cuba aumente substancialmente.

A presidenta adiantou que o BNDES vai
financiar a segunda etapa de construção do porto com US$ 290 milhões. “Várias
empresas brasileiras manifestaram interesse em instalar-se na zona especial”,
garantiu.
Outro ponto destacado por Dilma foi o
pontencial de comércio entre os dois países. Segundo ela, há “grandes oportunidades
de desenvolvimento” nos setores de equipamentos para a saúde, medicamentos e
vacinas. “O Brasil quer se tornar um parceiro econômico de primeira ordem para
Cuba. Acreditamos que uma maneira de estimular a aliança é aumentar o fluxo
bilateral de comércio”, disse a presidenta, que vai enviar um grupo de
empresários brasileiros a Cuba.
Dilma aproveitou a cerimônia para agradecer
o envio de profissionais para o Programa Mais Médicos. Desde o lançamento do
programa, Cuba enviou 5,3 mil médicos para trabalhar no
Brasil. Hoje, a presidenta participa da abertura da Cúpula da Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

Cristina Kirchner pede reunião com petista:
Havana (Folhapress) - Após chegar a Cuba,
ontem, para participar da reunião da Celac, organização que reúne todos os
países das Américas, à exceção de EUA e Canadá, a presidente Dilma Rousseff se
reuniu com a colega Argentina, Cristina Kirchner, para discutir “os movimentos
especulativos” que estão atingindo os países emergentes. A pedido de Cristina, as
duas se encontraram no hotel
onde Dilma está hospedada em Havana, o Meliá Havana.

Dilma não conversou com a imprensa depois
do encontro, mas, segundo porta-vozes argentinos, a presidente do Brasil
afirmou estar contente com a recuperação de Cristina depois da cirurgia a que a
líder argentina foi submetida no ano passado. Dilma teria dito a Cristina que
ela “está muito bem”.
Assim que chegou ao hotel
,
Dilma foi recebida por dois brasileiros que estudam medicina em Cuba. Um deles,
Maria de Fátima, recebeu a presidente com flores e a agradeceu. Dilma deveria
encontrar-se com estudantes de medicina durante cerimônia do programa Mais
Médico. Antes do encontro com Dilma, Cristina Kirchner almoçou com Fidel
Castro.

Oposição quer investigação sobre
escala:
Brasília (Folhapress) - A oposição pediu
ontem a abertura de um inquérito civil público na Procuradoria-Geral da
República para investigar uma escala da presidente Dilma Rousseff em Portugal,
no último sábado. Na representação, o PPS solicitou que o Ministério Público
Federal avalie se houve improbidade administrativa diante dos gastos da
comitiva presidencial durante a parada que não estava prevista na agenda
oficial divulgada pela Presidência.
Dilma fez uma escala em Portugal quando
voltada da viagem à Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, em
Davos, antes de chegar a Cuba no domingo. Sem compromissos oficiais em Lisboa,
Dilma jantou no Eleven, um dos três únicos restaurantes da cidade a ter uma
estrela no guia Michelin’, e ficou hospedada no Ritz Four Seasons
,
um dos mais luxuosos da capital.

A presidente ficou cerca de 15 horas em
Portugal. Uma parte da equipe ficou no mesmo hotel
que ela. Outra, no Tívoli. No Ritz, o valor das diárias vai de 360 euros (R$
1.188) para o quarto comum a 8.265 euros (cerca de R$ 27 mil) para a suíte
presidencial.

Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno
(PR), a despesa foi “desnecessária e divorciada do interesse público, o que
poderia caracterizar, pelo menos em tese, ato de improbidade administrativa”.
“É um gasto desnecessário com hotéis
e restaurante luxuoso num momento em que o país sofre com a volta da inflação,
a elevação dos juros, a desconfiança interna e externa e um crescimento
econômico medíocre”. Ele disse ainda que o Planalto precisa explicar porque a
comitiva não ficou na embaixada do Brasil em Lisboa.

“O fato de não ter qualquer compromisso
oficial em Lisboa não justifica esse gasto excessivo, o que exige a instauração
de inquérito civil público para apurar se ele foi mesmo necessário”, completou.
Essa é a segunda movimentação de partidos da oposição em relação à viagem de
Dilma. Ontem, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que iria pedir informações
ao Executivo sobre os gastos com a escala para eventualmente tomar
providências.
Em nota, a Presidência da República afirmou
que a parada técnica em Lisboa foi “adequada” porque o Airbus presidencial não
tem autonomia para voar da Suíça a Cuba.
Fonte: Agência
Brasil
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