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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Anacleto cobra policiamento rural e defende criação de polos sindicais

Anacleto culpa a falta de policiamento para o êxodo da população interiorana
 
Em algumas comunidades dos municípios de Arara e Remígio, no agreste paraibano, os agricultores trabalham durante o dia nas propriedades rurais, mas, à noite, seguem em comboio para dormir nas cidades. A fuga da população da zona rural dos dois municípios devido à violência foi denunciada pelo sindicalista Nelson Anacleto no programa Fala Paraíba, na Rádio Tabajara FM e AM, na tarde desta terça-feira (13).

Para Anacleto, um dos fundadores da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) da Paraíba e do Polo da Borborema – importantes entidades do mundo rural paraibano –, os cerca de 220 Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STRs) filiados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba (Fetag-PB) foram abandonados pela entidade.Ele afirmou que a Fetag-PB é omissa e nunca apoiou os atos públicos contra a violência promovidos pelos STRs.

Anacleto, que encabeça a chapa de oposição a Liberalino Lucena, dirigente da Fetag-PB há quase 30 anos, criticou a postura da direção da federação. Segundo ele, é preciso estabelecer diálogo com a Secretaria de Segurança Pública do estado e cobrar ações para combater a violência no campo, como policiamento rural, polícia comunitária, serviço de inteligência e aumento do efetivo nos municípios.

Anacleto afirmou que conquistar a direção da Fetag-PB é um projeto coletivo apoiado por dezenas de entidades e movimentos sociais do campo e da cidade, e ainda que seu nome foi indicado por sindicalistas de todas as regiões da Paraíba. “A luta não é de Nelson, nem da Chapa 2, é do movimento sindical na Paraíba”, disse.

O sindicalista revelou que o movimento sindical do campo está enfraquecido e propôs um plano de luta que fortaleça os sindicatos. Segundo Anacleto, a Fetag-PB não apoia a base e não tem política para fortalecer as lutas sindicais em questões como a violência e a seca.
Anacleto defendeu um modelo de gestão “que tire os sindicatos do abandono, do isolamento”. Para ele, é preciso empoderar e elevar a autoestima dos dirigentes sindicais, e investir na recuperação das sedes dos sindicatos com a informatização gratuita para dar agilidade ao atendimento ao agricultor. 

Anacleto ressaltou que o sindicato “é uma das principais portas para garantir os direitos previdenciários do agricultor” e que é necessário fortalecer o diálogo com os postos da Previdência Social em todo o estado, mostrando o papel do dirigente sindical no auxílio à concessão de aposentadoria para o homem do campo.
Outra ação defendida por Anacleto foi o fortalecimento das políticas públicas do Governo Federal, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que contribuiriam, assim como o combate à violência, para combater o êxodo rural.
Anacleto, que é vereador de Lagoa Seca (PB), também falou sobre as propostas da Carta Programa da sua chapa para desenvolver a agricultura sustentável, com o acesso a agua e a sementes crioulas, o melhoramento de rebanhos caprinos e ovinos, e a disseminação de técnicas de convivência com o semiárido. Muitas destas ações, segundo ele, já estariam sendo colocadas em prática pelo Polo da Borborema. Polos sindicais

O candidato à direção da Fetag-PB disse que o movimento sindical rural precisa ser fortalecido com a criação de polos sindicais em cada região da Paraíba com atendimento gratuito aos sindicatos filiados nas áreas técnica, contábil e jurídica.

Anacleto afirmou que é preciso que a Fetag-PB esteja presente no dia-a-dia dos quase um milhão de agricultores que formam a base da entidade e defendeu o fortalecimento do papel de cada dirigente da federação em sua região. 

Segundo ele, o comando da Fetag-PB cabe tanto aos titulares como aos suplentes, que teriam papel decisivo na construção do movimento sindicalista.

O sindicalista criticou a centralização do poder por Liberalino Lucena e disse que “o presidente é o coordenador de uma entidade, não é o dono, não deve agir com arrogância”.

Para Anacleto, a atual direção da Fetag-PB tem um “projeto atrasado, arcaico, sem compromissos com políticas públicas, omisso em todas as lutas do movimento sindical e incapaz de dialogar com os movimentos sociais”.

O candidato à direção da Fetag-PB disse ainda que federação não pode ser omissa em questões como a reforma agrária e a regularização fundiária e que também cabe à entidade lutar por melhorias da educação no campo.
Adiamento das eleições:

Perguntado pelo radialista Jota Alves, apresentador do Fala Paraíba, sobre o adiamento das eleições da Fetag-PB, que aconteceriam em 27 de março, para o próximo dia 29, Anacleto explicou que a nova data para o pleito foi definida após acordo entre as duas chapas concorrentes mediado pelo Ministério Público do Trabalho. 

Ele acrescentou que a eleição havia sido suspensa por liminar concedida pela 7ª Vara do Trabalho em virtude da ação movida pela sua chapa, que denunciou irregularidades no processo eleitoral da Fetag-PB, como a ausência de uma comissão eleitoral e a condução do processo por “amigos” de Liberalino.

“Não temos medo de eleição. O que queríamos era uma eleição limpa”, afirmou o sindicalista, que elogiou o trabalho da comissão criada para acompanhar o processo eleitoral da Fetag-PB, que realizou sua primeira reunião de trabalho no último dia 6. “Acreditamos muito na seriedade da comissão.

“Acreditamos muito que a comissão eleitoral paritária, imparcial, possa garantir que as irregularidades que havia anteriormente não vão mais acontecer”, disse Anacleto, lembrando a inclusão de sete sindicalistas já falecidos na lista de votação divulgada pela atual direção da federação.

Fonte: www.wscom.com.br

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