Anacleto culpa a falta de policiamento para o êxodo da população
interiorana
Em algumas
comunidades dos municípios de Arara e Remígio, no agreste paraibano, os
agricultores trabalham durante o dia nas propriedades rurais, mas, à noite,
seguem em comboio para dormir nas cidades. A fuga da população da zona rural
dos dois municípios devido à violência foi denunciada pelo sindicalista Nelson
Anacleto no programa Fala Paraíba, na Rádio Tabajara FM e AM, na tarde desta
terça-feira (13).
Para
Anacleto, um dos fundadores da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA)
da Paraíba e do Polo da Borborema – importantes entidades do mundo rural
paraibano –, os cerca de 220 Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STRs) filiados
à Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba (Fetag-PB) foram
abandonados pela entidade.Ele afirmou que a Fetag-PB é omissa e nunca apoiou os
atos públicos contra a violência promovidos pelos STRs.
Anacleto, que encabeça a chapa de oposição a Liberalino Lucena, dirigente da Fetag-PB há quase 30 anos, criticou a postura da direção da federação. Segundo ele, é preciso estabelecer diálogo com a Secretaria de Segurança Pública do estado e cobrar ações para combater a violência no campo, como policiamento rural, polícia comunitária, serviço de inteligência e aumento do efetivo nos municípios.
Anacleto
afirmou que conquistar a direção da Fetag-PB é um projeto coletivo apoiado por
dezenas de entidades e movimentos sociais do campo e da cidade, e ainda que seu
nome foi indicado por sindicalistas de todas as regiões da Paraíba. “A luta não
é de Nelson, nem da Chapa 2, é do movimento sindical na Paraíba”, disse.
O
sindicalista revelou que o movimento sindical do campo está enfraquecido e
propôs um plano de luta que fortaleça os sindicatos. Segundo Anacleto, a
Fetag-PB não apoia a base e
não tem política para fortalecer as lutas sindicais em questões como a
violência e a seca.
Anacleto
defendeu um modelo de gestão “que tire os sindicatos do abandono, do
isolamento”. Para ele, é preciso empoderar e elevar a autoestima dos dirigentes
sindicais, e investir na recuperação das sedes dos sindicatos com a
informatização gratuita para dar agilidade ao atendimento ao agricultor.
Anacleto
ressaltou que o sindicato “é uma das principais portas para garantir os
direitos previdenciários do agricultor” e que é necessário fortalecer
o diálogo com os postos da Previdência Social em todo o estado, mostrando o
papel do dirigente sindical no auxílio à concessão de aposentadoria para o
homem do campo.
Outra ação defendida
por Anacleto foi o fortalecimento das políticas públicas do Governo Federal, a
exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de
Alimentação Escolar (Pnae), que contribuiriam, assim como o combate à
violência, para combater o êxodo rural.
Anacleto,
que é vereador de Lagoa Seca (PB), também falou sobre as propostas da Carta
Programa da sua chapa para desenvolver a agricultura sustentável, com o acesso
a agua e a sementes crioulas, o melhoramento de rebanhos caprinos e ovinos, e a
disseminação de técnicas de convivência com o semiárido. Muitas destas ações,
segundo ele, já estariam sendo colocadas em prática pelo Polo da Borborema. Polos sindicais
O candidato à direção da Fetag-PB disse que o movimento sindical rural precisa ser fortalecido com a criação de polos sindicais em cada região da Paraíba com atendimento gratuito aos sindicatos filiados nas áreas técnica, contábil e jurídica.
O candidato à direção da Fetag-PB disse que o movimento sindical rural precisa ser fortalecido com a criação de polos sindicais em cada região da Paraíba com atendimento gratuito aos sindicatos filiados nas áreas técnica, contábil e jurídica.
Anacleto
afirmou que é preciso que a Fetag-PB esteja presente no dia-a-dia dos quase um
milhão de agricultores que formam a base da entidade e defendeu o
fortalecimento do papel de cada dirigente da federação em sua região.
Segundo ele,
o comando da Fetag-PB cabe tanto aos titulares como aos suplentes, que teriam
papel decisivo na construção do movimento sindicalista.
O
sindicalista criticou a centralização do poder por Liberalino Lucena e disse
que “o presidente é o coordenador de uma entidade, não é o dono, não deve agir
com arrogância”.
Para
Anacleto, a atual direção da Fetag-PB tem um “projeto atrasado, arcaico, sem
compromissos com políticas públicas, omisso em todas as lutas do movimento
sindical e incapaz de dialogar com os movimentos sociais”.
O candidato à direção da Fetag-PB disse ainda que federação não pode ser omissa em questões como a reforma agrária e a regularização fundiária e que também cabe à entidade lutar por melhorias da educação no campo. Adiamento das eleições:
Perguntado pelo radialista Jota Alves, apresentador do Fala Paraíba, sobre o adiamento das eleições da Fetag-PB, que aconteceriam em 27 de março, para o próximo dia 29, Anacleto explicou que a nova data para o pleito foi definida após acordo entre as duas chapas concorrentes mediado pelo Ministério Público do Trabalho.
Ele
acrescentou que a eleição havia sido suspensa por liminar concedida pela 7ª
Vara do Trabalho em virtude da ação movida pela sua chapa, que denunciou
irregularidades no processo eleitoral da Fetag-PB, como a ausência de uma
comissão eleitoral e a condução do processo por “amigos” de Liberalino.
“Não temos
medo de eleição. O que queríamos era uma eleição limpa”, afirmou o
sindicalista, que elogiou o trabalho da comissão criada para acompanhar o
processo eleitoral da Fetag-PB, que realizou sua primeira reunião de trabalho
no último dia 6. “Acreditamos muito na seriedade da comissão.
“Acreditamos muito que a comissão eleitoral
paritária, imparcial, possa garantir que as irregularidades que havia
anteriormente não vão mais acontecer”, disse Anacleto, lembrando a inclusão de
sete sindicalistas já falecidos na lista de votação divulgada pela atual
direção da federação.
Fonte: www.wscom.com.br
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