Proposta é fortalecer a agricultura familiar em
bases agroecológicas e combater desertificação.
Um dos
fundadores da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) da Paraíba e do Polo da
Borborema, importantes entidades do mundo rural paraibano, o sindicalista Nelson
Anacleto afirma que a agricultura familiar deve adotar práticas agroecológicas
para sobreviver. Ele propõe a implantação de quintais produtivos, o uso de
alternativas de manejo ecológico de pragas e ações que facilitem o acesso do
agricultor aos mercados.
Além do
combate ao uso de agrotóxicos, Anacleto defende a realização de uma campanha
permanente de rearborização para reverter o quadro de degradação ambiental e
desertificação que vem comprometendo a fertilidade dos solos paraibanos.
“É
fundamental que a agricultura familiar produza alimentos saudáveis e não
contamine o agricultor que os produz, nem o meio ambiente”, diz Anacleto, que é
vereador de Lagoa Seca (PB) e integra a direção do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais (STR) do município.
Uma das
estratégias de Anacleto para fortalecer a agricultura familiar é a disseminação
dos quintais produtivos associada ao uso sustentável dos recursos hídricos
implementado pelos Programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas
Águas (P1+2), desenvolvidos pela ASA. A ideia é aproveitar os arredores das
casas, em geral sob a gerência das mulheres, para a criação de pequenos animais
e o cultivo de hortaliças, plantas medicinais e espécies frutíferas.
“Os quintais
promovem a inserção produtiva e econômica da mulher agricultora e garantem
segurança alimentar e renda às famílias”, disse o sindicalista, acrescentando
que a produção, inicialmente voltada para o consumo da família, aumenta e, em
pouco tempo, pode ser comercializada em feiras agroecológicas.
Para
Anacleto, candidato à presidência da Federação dos Trabalhadores na Agricultura
da Paraíba (Fetag-PB) nas eleições do próximo dia 29, a entidade precisa
fortalecer a agricultura em bases agroecológicas com a adoção de políticas
capazes de provocar mudanças reais no cenário rural paraibano, inclusive com a
implementação, em conjunto com os cerca de 220 sindicatos filiados à federação,
do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) – política
pública do Governo Federal para ampliar e efetivar ações para orientar o
desenvolvimento rural sustentável.
É
necessário, segundo Anacleto, que a federação participe efetivamente das lutas
dos STRs pelo acesso a agua, com quantidade e regularidade, e a sementes
de qualidade, com uma política de valorização das sementes crioulas (variedades
locais). Outras propostas da Carta Programa da chapa de Anacleto envolvem ações
para a recomposição dos rebanhos e o fortalecimento dos sistemas de
criação animal, com a adoção de estratégias de estocagem de forragem. Políticas públicas:
Ampliar o
acesso aos mercados também deve ser uma preocupação da Fetag-PB, de acordo com
Anacleto. Sua proposta é estimular a estruturação de feiras agroecológicas
e da agricultura familiar, e fortalecer políticas públicas do Governo
Federal, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa
Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
“Para
construirmos políticas públicas eficientes e eficazes para a agricultura
familiar paraibana é preciso considerar o contexto do semiárido, estabelecer
parcerias com redes de organizações da sociedade civil que defendem o meio
ambiente e a sustentabilidade, além de dialogar com os aprendizados acumulados
e apropriados pelas famílias agricultoras”, afirma Anacleto.
Fonte: CPT
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