A promessa era criar mosquitos transgênicos para acabar com a
dengue, mas os resultados produzidos em testes de campo em municípios do
interior da Bahia não foram conclusivos e não avaliaram a relação entre redução
da população de Aedes aegypti e a ocorrência da dengue. Mesmo assim a CTNBio
liberou o uso comercial desses mosquitos e deu asas à promessa da empresa
Moscamed, que tem parceria com a inglesa Oxitec e a Universidade de São Paulo.
Dias após os jornais divulgarem amplamente a nova arma antidengue, o
prefeito de Jacobina, um dos municípios que sediou testes com o mosquito,
decretou estado de emergência em razão “da situação anormal caracterizada como
desastre biológico de epidemia de dengue.” Antes disso a Moscamed havia
divulgado redução de 81% e 100% no registro de casos de dengue em ao menos dois
bairros de Jacobina.
O Parecer crítico rejeitado pelos especialistas da CTNBio continha
em sua análise informações suficientes para não fazer do decreto uma surpresa.
À Anvisa cabe agora registrar e fiscalizar o uso desses mosquitos, cuja
recomendação de uso da empresa implica na liberação de 10 milhões de mosquitos
por semana para cada 50 mil habitantes. Só os resultados é que não se sabe
quando vêm.
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