Cleidiane
Nogueira, comunicadora popular da ASA, Caetité – BA, Troca de experiências entre agricultores/as
durante intercâmbio fortalecem a formação para convivência com o Semiárido. |
Foto: Cleidiane Nogueira
“O
conhecimento exige uma presença curiosa do sujeito em face do mundo. Requer uma
ação transformadora sobre a realidade. Demanda uma busca constante. Implica em
invenção e em reinvenção", já dizia Paulo Freire*. É nessa perspectiva que
aconteceu um intercâmbio intermunicipal, entre os dias 05 e 06 de junho, na
comunidade de Vereda dos Cais, município de Caetité, na Bahia. Com o objetivo
de compartilhar saberes e experiências de convivência com o Semiárido.
Para a
agricultora Walkíria, que é presidente da associação da comunidade de Baixão,
município de Botuporã, “além de levar coisas concretas, porque cada um está
levando uma mudinha de planta, sementes na mão, a gente está levando muito em
termos de conhecimento.
Eu creio
que a gente sai daqui com muitos sonhos na cabeça e com muita força pra chegar
lá e colocar em prática mesmo para que no futuro a gente tenha um quintal
bonito e possa passar essa aprendizagem para os nossos filhos e que seja uma
alternativa para nós”, conclui, sobre o intercâmbio.
Através
da troca de conhecimentos, os agricultores e agricultoras aos poucos vão
transformando a realidade da região Semiárida. Com criatividade e amor pela
terra as famílias agricultoras constroem alternativas que lhes permitem viver
bem no Sertão.
“O
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+ 2), [da Articulação Semiárido Brasileiro -
ASA], tem como objetivo a transformação do nosso Semiárido, o pouco que se tem
vai ampliando com outras experiências e aos poucos a gente vai produzindo uma
realidade mais sustentável e acima de tudo com a garantia da soberania
alimentar”, afirma o coordenador do programa, Donizete Soares, no Centro de
Agroecologia no Semiárido (CASA). Valorização dos
saberes:
Um
intercâmbio, além de ser uma atividade que propicia aos agricultores e
agricultoras o contato com experiências e realidades diferentes, fortalece a
identidade do homem e da mulher do campo, uma vez que valoriza os saberes
populares e potencializam o processo de formação para convivência com o
Semiárido.
As
aprendizagens e troca de saberes construídos através do diálogo entre as
famílias agricultoras durante a atividade é também uma forma de educação
contextualizada, visto que esta valoriza a realidade dos sujeitos do campo. Nas
capacitações da ASA os conhecimentos e alternativas para conviver com a região
semiárida partem de um olhar sob o contexto local.
A idéia é fazer com que as pessoas enxerguem
as potencialidades da sua região e aprendam a conviver com ela. De acordo com a
estudante de pedagogia Leila Lobo, que está realizando o estágio no CASA.
“O interesse em fazer o estágio nessa
instituição é de pesquisar e entender que essa formação durante os cursos e
capacitações é também uma forma de educação, porque a educação não acontece só
na escola, mas também fora da escola nessas experiências”, ressalta.
Dessa
forma, o intercâmbio tem se mostrado como uma metodologia dinâmica que
enriquece as experiências da agricultura familiar ampliando as possibilidades
de convivência com a região e divulgando os saberes dos homens e mulheres do
campo que são protagonistas das suas próprias histórias.
E assim,
o Semiárido vai se transformando num cenário de beleza, com resistência e
delicadeza os agricultores e agricultoras compartilham saberes, trocam
experiências e constroem muitas riquezas.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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