sábado, 16 de agosto de 2014

O PODER DA OLIGARQUIA RURAL E EMPRESARIAL E SEUS FILHOTES NO CONGRESSO: reforma politica neles!

Eles somam 52 entre 81 senadores, e 228 dos 513 deputados federais. Juntos, representam 280 votos no plenário do Congresso Nacional. Constituem prova viva da força das relações de sangue na política brasileira.

O predomínio é claro: um de cada dois parlamentares federais eleitos em 2010 tem pais, filhos, irmãos, avôs, tios, primos, sobrinhos, cônjuges, genros, noras ou cunhados em cargos eletivos do Executivo ou dos Legislativos federal, estaduais e municipais.

Na prática, significa que o controle do Estado brasileiro depende do voto majoritário de um “clube” composto por pouco mais de duas centenas de famílias.
Uma das características desse condomínio é a perpetuação no poder. Exemplo:

Dos deputados federais eleitos há quatro anos, quando estavam com menos de 30 anos de idade, nada menos que 79% eram herdeiros (filhos ou netos) de clãs políticos regionais — quase todos estão nas ruas à caça de votos para a eleição de outubro.

“Entra e sai governo, os oligarcas e seus filhos, netos, cônjuges, irmãos e sobrinhos seguem dando as cartas" constatam Lauren Schoenster, pesquisadora da Transparência, que acaba de mapear o poder dos clãs regionais. Um dos efeitos da perpetuação, ela acha, é a formação de uma base parlamentar avessa a mudanças significativas no país.

Sangue é capital político relevante nas urnas. Isso não é produto típico nacional — como demonstraram os Kennedy e seguem mostrando os Bush nos Estados Unidos. Mas o caso brasileiro ganha relevo pela dimensão alcançada na atual temporada eleitoral.

Há dois herdeiros entre os três mais destacados candidatos à Presidência. Aécio Neves (PSDB), com 54 anos, e Eduardo Campos (PSB), com 49, desde o berço aprenderam a cultivar a ambição pelo poder (para conhecê-los, assim como a sua adversária Dilma Rousseff, há um ótimo livro na rede, “Os candidatos", de Maria Cristina Fernandes).

O familismo se espraia pelos estados, onde o repórter Pedro Marcondes de Moura identificou 24 candidatos a governador oriundos de clãs com tradição na política local.

Há casos como o da Paraíba, com 93% da bancada parlamentar federal produzidos em meia dúzia de famílias, lembra Lauren Schoenster. No Rio Grande do Norte, onde 91% dos parlamentares também são herdeiros.

Há um candidato a governador, Henrique Eduardo Alves (PMDB), atual presidente da Câmara dos Deputados, cuja parentela inclui um ex-governador, um senador, o prefeito da capital, Natal, e o ministro da Previdência Social.

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