A
oposição sistemática não consegue olhar para o benefício social, apenas mira o
"inimigo" que precisa ser destruído, desmoralizado, morto e entregue
às hienas; JEAN MENEZES DE AGUIAR
Chama-se oposição
sistemática o modelo que tenta afirmar que tudo que o governo faça ou pense é
ruim e podre. Pelos cálculos de opositores que agem assim só há imbecis,
energúmenos e canalhas no governo. O povo, para a oposição sistemática, é o que
menos importa. Ainda que jure que tudo é discutido reativamente em seu nome. O
governo Dilma, com a aproximação teórica das eleições, passou a ser perseguido
por um PSDB canino; e cego. Vai piorar. A importação de médicos, seja ou não
medida eleitoreira de Dilma, atenderá efetivamente a bolsões imensos da
sociedade brasileira sem assistência. Isto é fato. Mas não interessa. Nada há
aí que pode prestar para uma oposição sistemática. Esta oposição pode nem
"perder" tanto quando é considerada intensa ou radical; está
previsto. Mas quando suas falas e ações passam uma ideia de burrice, aí fica
pior. Admita-se que, sim, tenha sido uma medida eleitoreira e canalha de Dilma,
visando à reeleição, o programa Mais Médicos. A questão da popularização do
atendimento médico é tão grandiosa que aceita a suposição. Haverá benefício
real para a população pobre? Inegavelmente sim. Mas nenhum opositor ao governo
tem a segurança de levantar esta questão. Ela – que justifica tudo – se torna
proibida e sinônimo de traição ao PSDB se for dita. A oposição sistemática não
consegue olhar para o benefício social, apenas mira o "inimigo" que
precisa ser destruído, desmoralizado, morto e entregue às hienas. E o povo? O
povo que se lasque. Este modelo de política com a oposição venenosa e de má-fé
não tem nada de ético ou saudável. O povo só precisa enxergar isso. Seja o PT
ou o PSDB que manejem uma oposição assim. Num modelo de sociedade mal informada
e com a imprensa restrita, esse modelo pode até convencer a incautos. Mas num
Brasil da atualidade o risco de uma oposição deste tipo é imenso. Depois que a
imprensa passou a ver rostos, expressões e discursos dos médicos cubanos, houve
uma ligeira tendência de aumentar a aceitação. São profissionais qualificados
e, como verdadeiros médicos, não recusam "missões" a necessitados e
esquecidos. O fato é que o Brasil – inclua-se aí o governo Lula – não tomou
atitude similar. Mas quando Dilma resolve fazer, com a previsão de uma ótima
impactação, a oposição mostra os dentes. Mais do que a política ou o jogo de
interesses pode estar em cena. Fica patente a burrice. E com ela não se precisa
perder muito tempo. Artigo publicado no Observatório Geral
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