José
Rodrigues Filho * A compra de votos nas eleições brasileiras e os mensalões
demonstram as práticas desonestas entre agentes do Estado e o setor privado,
aumentando cada vez mais os níveis de corrupção no país, que contribuem para acentuar…
José
Rodrigues Filho *
A compra de votos nas eleições brasileiras e os mensalões demonstram as
práticas desonestas entre agentes do Estado e o setor privado, aumentando cada
vez mais os níveis de corrupção no país, que contribuem para acentuar os níveis
de pobreza. Os compradores de votos são criminosos responsáveis pela manutenção
da pobreza deste país. O crime eleitoral precisa ser investigado utilizando-se
os mesmos métodos de combate ao crime organizado como o narcotráfico. Pelo que
se observa, parece não existir interesse da uma parte da classe política em
combater o crime organizado eleitoral, sobretudo daqueles que não seriam
eleitos de forma democrática. Este tipo de crime organizado existe hoje em
quase todos os níveis de eleições no país, onde a compra de votos e a troca de
favores não são coisas abstratas. Para combatê-lo seria necessário um efetivo
de policiais federais, talvez dez vezes mais do que existe hoje, considerando
que a Policia Federal não está presente em todos os municípios brasileiros. Por
conta do déficit de policias, dificilmente a compra de votos neste país seja
investigada, utilizando métodos de combate eficientes, que exigem mais tempo e
recursos. Isto interessa a quem? Neste caso, não interessa ao Estado ter
servidores públicos bem pagos, visto que é importante mantê-los subservientes
de um sistema perverso Ademais, é estranho que este assunto não seja estudado
no país. Fala-se tanto do crime organizado do narcotráfico, mas pouco se sabe
sobre o crime organizado eleitoral. Um praticado pelos mais pobres e o outro
pelos mais ricos. Este crime não pode ser considerado como caso isolado, mas
como o mais nocivo tipo de crime organizado que precisa ser combatido
severamente. A compra de votos não se limita apenas ao chamado esquema de boca
de urnas, no dia das eleições. É preciso levantar algumas hipóteses entre este
tipo de crime e vários outros. Já existem propostas de se estudar a relação de
roubo a bancos e roubo de cargas, em épocas de eleições. Portanto, são várias
as hipóteses que precisam ser levantadas e testadas cientificamente sobre o
crime eleitoral como organização criminosa. A compra de votos não se dá apenas
no dia da eleição. É um esquema montado com muita antecedência, através de
esquemas de licitações, nomeações e várias outras trocas de favores, que
envolve as classes dominantes. O pior é que os pobres é que pagam a conta como
sendo os vendedores de votos, sobretudo no esquema de boca de urnas. Mas quem
são os compradores? Ao que tudo indica, a Policia Federal parece ter tido
sucesso na experiência de utilizar o método investigativo de crime organizado
para combater alguns casos de compra de votos, resultando na prisão de
quadrilhas que participaram do crime organizado eleitoral. Não é possível
manter uma situação em que tudo acontece, mas nada se vê e nada se prova. O
crime organizado eleitoral continua invisível, enquanto o narcotráfico é
combatido. Mesmo invisível, é reconhecido pela sociedade. É uma realidade e não
coisa abstrata. A lei dos esquemas financeiros nas eleições precisa ser
combatida, já que pode ser uma estrutura mais aperfeiçoada do que a máfia
italiana. Precisamos de um poder legislativo que tente enfrentar esta missão e
não seja lotado por comissionados que estão só querendo indicar verbas para
este ou aquele projeto, na tentativa de receber gordas propinas para financiar
suas eleições, num forte esquema de crime organizado. É preciso mudar.
*Professor da Universidade
Federal da Paraíba, José Rodrigues Filho foi candidato a deputado federal pelo Psol
em seu estado
Fonte:http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/forum/organizacao-criminosa-de-compra-de-votos-no-brasil/
Fonte:http://congressoemfoco.uol.com.br/opiniao/forum/organizacao-criminosa-de-compra-de-votos-no-brasil/
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