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sábado, 20 de abril de 2013

Evento destaca a ameaça das mudanças climáticas para a segurança alimentar


A conferência Fome, Nutrição e Justiça Climática começaram nesta segunda-feira (15) em Dublin, na Irlanda, reunindo 350 delegados de 60 países e o cenário apresentado pelos primeiros estudos e discursos é preocupante. “A relação entre fome, má nutrição e mudanças climáticas fica evidente quando ouvimos as experiências dos mais pobres e vulneráveis; pessoas que batalham contra os padrões incertos do clima diariamente para alimentar suas famílias”, afirmou Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e presidente da Fundação Mary Robinson de Justiça Climática. Segundo um dos estudos divulgados na abertura do evento, de autoria do Grupo Consultivo de Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR), milhões de pessoas na Ásia e na África ficarão sem acesso aos alimentos mais básicos devido ao aumento nos preços causado por temperaturas extremas, enchentes e secas. “A produção de alimentos precisa crescer 60% até 2050 apenas para atender a demanda de uma população mundial de nove bilhões de pessoas. As mudanças climáticas podem impedir esse crescimento. Mas o que mais nos preocupa não é tanto a produtividade agrícola, mas a situação de vulnerabilidade de um bilhão de pessoas que já têm dificuldade para encontrar alimentos e que serão as mais atingidas pelas mudanças climáticas. Elas não têm a capacidade de se adaptar”, declarou Frank Rijsberman, chefe do centro de pesquisa de culturas agrícolas do CGIAR. Cerca de 100 agricultores da África, Ásia e América Central estão na Irlanda para dar seu testemunho sobre a situação atual em que vivem e o que esperam para o futuro. “Geralmente, quando as pessoas estão em posições de poder e influência, a coisa mais importante a se fazer é escutar aqueles que precisam de ajuda. Esta conferência dará voz aos mais vulneráveis, criando uma oportunidade para que os legisladores e governantes ouçam, aprendam e, assim, cumpram seu papel de liderar”, disse Mary Robinson. Outro estudo apresentado foi a Avaliação Climática Nacional, documento produzido pelo Programa de Pesquisas sobre Mudanças Globais do governo dos Estados Unidos. A Avaliação afirma que o aquecimento do planeta e o aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, como a seca que afetou mais da metade do território dos EUA no ano passado, terão consequências desastrosas para a agricultura do país. A indústria do vinho da Califórnia, por exemplo, avaliada em US$ 50 bilhões e que responde por milhares de empregos, deve encolher até 70% nas próximas quatro décadas. “As mudanças climáticas já estão piorando os eventos extremos. Estamos registrando muitas noites quentes, poucos dias frios e mais ondas de calor, tempestades e enchentes. Esses fenômenos, que já impactam na agricultura, significarão perdas ainda mais significativas no futuro”, explicou Jerry Hatfield, diretor do Laboratório Nacional para a Agricultura e Meio Ambiente dos Estados Unidos.  A conferência em Dublin prossegue até a terça-feira. 

 Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br

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