Trabalho de cientistas
chineses que confirma que emissões de gases do efeito estufa estão afetando as
temperaturas no país pode levar a mais ações políticas nacionais para reverter à
tendência
Cientistas chineses
confirmaram que as emissões de gases do efeito
estufa levaram o termômetro a subir em pelo menos um país – a China.
Esse é, afirmam eles, o primeiro estudo a relacionar diretamente as
temperaturas diárias mínimas e máximas mais quentes com as mudanças climáticas
em uma única nação, ao invés de fazê-lo em uma escala global ou hemisférica. “Observar
de verdade uma tendência de aquecimento em uma única locação é difícil”,
declarou Xuebin Zhang, do Environment Canada, em Toronto. “É como tentar ver a
mudança da maré quando você está em um barco a remo subindo e descendo as
ondas. Você precisa de muitos dados.” Zhang e o coautor Qiuzi Han Wen, do
Instituto de Física Atmosférica de Pequim, China, e outros relataram no Geophysical Research Letters que
trabalharam com muitas informações. Eles registraram as temperaturas máximas,
mínimas e médias diárias de 2.416 estações meteorológicas na China entre 1961 e
2007, e decidiram procurar por quatro estatísticas reveladoras: as temperaturas
mínimas e máximas diárias, e as temperaturas mínimas e máximas anuais. Eles
então analisaram esse conjunto de extremos e compararam isso com modelos
climáticos. Eles calcularam que o dióxido de carbono e outras emissões de gases
do efeito estufa provavelmente aumentaram as temperaturas anuais extremas mais
quentes – a máxima diária e a mínima diária para o dia e a noite mais quentes
do ano – em 0,92ºC e 1,7ºC, respectivamente. Eles descobriram que as atividades
humanas aumentaram as temperaturas anuais extremas mais frias – a máxima e a
mínima para o dia e a noite mais frios do ano – em 2,83ºC e 4,44ºC,
respectivamente. (Aumentando a pressão)
A China é agora o maior emissor de
dióxido de carbono para a atmosfera – muito à frente dos Estados Unidos –
apesar de a taxa per capita das emissões da China ser muito menor do que a os EUA.
O país está planejando construir outras 363 novas usinas de
energia a carvão para fornecer a energia que precisa para o
crescimento econômico. O reconhecimento por cientistas do governo da China de
que esse investimento vem a um
custo humano palpável para a própria China representa um passo importante para
o engajamento político. “Há um aquecimento nas temperaturas extremas da China,
e esse aquecimento não pode ser explicado por variações naturais”, disse Wen.
“Ele só pode ser explicado por forças externas antropogênicas. Essas
descobertas indicam muito claramente que as mudanças climáticas não são apenas
um número abstrato para o mundo: isso é evidente em escala regional.” Ele
comentou que esperava que o aquecimento continuasse, já que os gases do efeito
estufa na atmosfera continuam a exercer sua influência. “Isso terá implicações
enormes para a China, já que as ondas de calor e seca já se tornaram um
problema em nosso país.” “Devemos esperar mais dificuldades para a agricultura
de terras secas, já que o abastecimento de água já está em estresse, há uma
demanda mais alta de energia para resfriamento, e há crescentes problemas de
saúde em função do calor.”
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