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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Agricultores da Rede de sementes da ASA Paraíba participaram de avaliação de material pedagógico da Agricultura Familiar


No dia 28 de agosto, um grupo de agricultores das regiões da Borborema, Seridó, Curimataú e Cariri da Paraíba participaram de uma oficina com o objetivo de submeter à avaliação dos agricultores o conteúdo de uma série de 10 títulos de cartilhas educativas sobre a produção de sementes de hortaliças e sementes agroecológicas. O kit de cartilhas está em processo de elaboração e é uma iniciativa da Coordenadoria de Agroecologia (Coagre) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio do seu Programa de Agricultura Orgânica e Agroecologia. Dentro do trabalho de fomento à agricultura orgânica o tema das sementes é um dos gargalos, como explica o consultor do MAPA e responsável pela produção das cartilhas Pedro Jovhelevich: “a ideia é desenvolver cartilhas simples, a princípio sobre 10 tipos de culturas, para que os agricultores possam ter uma base e produzir suas próprias sementes crioulas. Estamos colhendo informações junto aos agricultores desde o mês de junho, submetendo os conteúdos para que o material se aproxime o máximo possível da realidade da agricultura familiar”. O evento aconteceu no Centro Marista de Eventos em Lagoa Seca e reuniu um público de cerca de 30 pessoas, entre agricultores e agricultoras, alunos e professores dos cursos de Ciências Agrárias (UFPB) e Agroecologia (UEPB), lideranças de entidades rurais e técnicas de entidades de assessoria, a exemplo da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, que assessora o Polo da Borborema. “Esta oficina está sendo interessante porque conta com a participação de diversos olhares e formas de conhecimentos, ou seja, aqui são consideradas as experiências das famílias agricultoras e também daqueles que estão envolvidos com as pesquisas acadêmicas sobre as sementes. Acredito ser muito importante que a rede de sementes da ASA Paraíba e do Polo se aproximarem desse trabalho do MAPA de estímulo à produção de sementes crioulas”, frisou Emanoel Dias, assessor técnico da AS-PTA, que acompanha a rede de sementes do Polo. Para facilitar a apresentação da cartilha, os participantes foram divididos em cinco grupos, cada um ficando com duas das 10 cartilhas, sobre 10 diferentes culturas: feijão de corda, guandu, tomate, cenoura, alface, feijão, milho, arroz e crotalária. Cada grupo, que teve no mínimo dois agricultores, fez a leitura do material e anotou sugestões a partir de suas próprias práticas, vivências e manejo das culturas de acordo com o seu tipo de solo e clima. Em seguida as sugestões, críticas foram socializadas com o coletivo. Maria Betânia Alves, uma das participantes da oficina é agricultora, do município de Pedra Lavrada, e integra a dinâmica do Coletivo das Organizações da Agricultura Familiar do Seridó, Cariri e Curimataú. Ela sentiu falta de elementos da vivência prática dos agricultores no material: “acredito que é preciso ainda incorporar algumas práticas que nós já temos com esse tema das sementes, como os campos de multiplicação e os ensaios comparativos de variedades, que são experiências muito ricas, também poderiam entrar a dinâmica dos bancos comunitários de sementes”, avaliou. As cartilhas tratam de temas como: manejo da cultura, formas de adubação, rotação de culturas, seleção, colheita, secagem e armazenamento das sementes, entre outros. Segundo os representantes do Mapa, quando todas as sugestões dos agricultores forem incorporadas ao material, que terá circulação nacional e distribuição gratuita, uma minuta do texto final deverá circular para a aprovação final dos agricultores: “queremos evitar a edição de um material que fuja à realidade de vocês”, explicou Hermes Ferreira Barbosa, da divisão de políticas agrícolas da Superintendência Federal de Agricultura do Mapa. O segundo momento da oficina foi voltado para uma discussão sobre a prática de produção de sementes de hortaliças, que ainda é considerado um desafio para as famílias agricultoras da região da Borborema, embora tenham larga experiência na multiplicação, manejo e conservação das sementes nativas há séculos. “Acredito que com a experiência que vocês têm de produção de sementes de grãos, a produção de sementes de hortaliças não será difícil e ainda se apresenta como uma alternativa de geração de renda”, afirmou Pedro Jovhelevich. Ao final da atividade, o grupo visitou uma a experiência do Banco de Sementes Comunitária da Comunidade Maracajá, no município de Queimadas. Na oportunidade os visitantes escutaram depoimentos sobre a gestão do banco comunitário e também as estratégias técnicas das famílias agricultoras sobre o resgate, multiplicação e distribuição das sementes da paixão.

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