Corregedoria
registrou 1.900 denúncias na PB contra militares e 214 contra civis, ou 11,6%
do efetivo, Por, Julio Silva
Quase 1.900
denúncias contra PMs da Paraíba foram registradas este ano pela Corregedoria da
Polícia Militar. O número corresponde a praticamente 20% do efetivo da
corporação, que tem aproximadamente 9.500 policiais. Na Polícia Civil, até o
mês de setembro, foram registradas e investigadas 214 denúncias, número menor
que o do ano passado (276 ocorrências), mas que corresponde a 11,6% do efetivo
de 1.842 agentes envolvidos em condutas inadequadas. A maioria das denúncias é
por atraso no atendimento ou falta de serviço, mas pelo menos 10 policiais
militares foram expulsos da tropa por envolvimento em ações criminosas. As duas
polícias reconhecem o problema de disciplina e corrupção dos policiais, porém
afirmam que a fiscalização em cima da “banda podre” é constante. Na Polícia
Civil, segundo o corregedor João Mello Junior, as denúncias e infrações
cometidas pelos agentes são em sua maioria leves ou médias. “As infrações de
pena leve ou média, por exemplo, são abuso de autoridade, impontualidade,
negligência, não comparecimento ao plantão. Infração média ou grave pode ser o
abandono do cargo sem justa causa por mais de 30 dias”, explicou. As denúncias
mais frequentes são pelo atendimento dos policiais. “A maioria é por falta no
plantão, negligência no exercício da função ou mau atendimento”, disse João. “Sociedade não aceita mais” O número de denúncias registrado este ano na
Corregedoria da Polícia Militar foi maior que o do ano passado. O corregedor da
Polícia Militar, o coronel Severino Jerônimo, justificou este aumento pelo fato
da população estar mais atenta e cobrar mais uma conduta correta dos policiais.
“A sociedade não aceita mais o policial marginal, por isso ela exige e passou a
confiar mais na corregedoria, nas ouvidorias, por isso que o número de
denúncias é maior”, afirmou. No entanto, alguns ainda têm envolvimento com
atividade criminosa. “Alguns policiais foram citados na Operação Squadre,
Operação Playboy e outros se envolveram em homicídios e outros crimes. Foram
todos presos”, destacou Severino. Ele ainda destaca que as polícias fazem a
filtragem da “banda podre”. “Nós fazemos reuniões e conversamos sobre isso.
Dizemos ‘isso aqui é o seu emprego, você tem que ser útil para a sociedade, se
não quer vai embora’. Por isso estamos endurecendo. Tem policiais que se
queixam por estarem sendo excluídos porque mataram alguém injustamente, mas tem
decisões do STF que dizem que a instância administrativa e a penal são
distintas. Se o comandante entende que aquela conduta afrontou a ética, pode
excluir de imediato”, ressaltou o coronel. O corregedor geral da Segurança
Pública, Aristóteles Tavares, comenta que a incidência da corrupção nas
polícias paraibanas é baixa, porém que as infrações devem ser mais
investigadas. “Dizer que não tem (corrupção) é tapar o Sol com a peneira. Ela
existe, em menor índice, pois a polícia da Paraíba é uma polícia bem respeitada
e regrada. O que precisa é que certos casos precisam ser mais investigados. Nós
ainda não temos um corpo voltado para isso, para investigar detalhadamente e
oficialmente, até porque a Lei não nos protege, não existe. A corregedoria é
amena em termos de força, de poder legal”, disse Aristóteles. Comandante: polícia da PB é a 2ª
mais confiável: O comandante geral
da Polícia Militar, o coronel Euller Chaves, citou a pesquisa feita pela
Datafolha e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que disse que a
polícia paraibana é a segunda mais confiável e a primeira colocada entre as
polícias brasileiras na satisfação da população. “Isso retrata claramente que
estamos numa curva ascendente. Nos movimentos sociais que aconteceram no
Brasil, fomos a polícia com a melhor relação com a população. Nas manifestações
que policiamos, em nenhuma delas efetuamos disparos sequer com arma não letal.
Estamos numa crescente de credibilidade e confiança”, afirmou. Para o
comandante, o processo de seleção de policiais militares é o mais criterioso
possível e a seleção dos policiais é extremamente concorrida. O crescimento e o
volume de denúncias são justificados por Euller pela apuração mais rigorosa da
corregedoria em relação à conduta dos policiais. “O número de denúncias ter
aumentado é fruto de uma corregedoria mais forte, um aperfeiçoamento do
processo da nossa comunidade disciplinar”, afirmou o comandante.
Portal Correio da Paraíba, 18/12/2013
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