STF analisa
envolvimento de tucanos de SP no caso Siemens; Autor (es): Silvia Amorim Sergio
Roxo; O Globo - 13/12/2013.
O Supremo Tribunal Federal recebeu inquérito que investiga cartel no metrô de
SP. Três secretários de Geraldo Alckmin (PSDB) foram citados. Secretários
de Alckmin são citados em inquérito remetido pela Justiça Federal. O Supremo
Tribunal Federal (STF) recebeu ontem o inquérito aberto na Justiça Federal de
São Paulo para investigar denúncia de formação de cartel em contratos firmados
para a construção do metrô de São Paulo. A lista oficial de investigados
remetida ao STF tem dez nomes, dos quais quatro têm prerrogativa de foro e,
portanto, só podem ser investigados por decisão da Suprema Corte. Três deles
integram o secretariado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB). Além de ex-diretores da Companhia Paulista de Transportes
Metroviários (CPTM), como José Roberto Zaniboni, que presidiu a empresa, a
lista remetida pela Justiça Federal ao STF inclui o secretário da Casa Civil,
Edson Aparecido (PSDB), o secretário de desenvolvimento econômico, Rodrigo
Garcia (DEM), e o secretário e Energia, José Aníbal (PSDB), além do deputado
federal Arnaldo Jardim (PPS-SP). O inquérito foi autuado ontem e
distribuído para a ministra Rosa Weber, que será a relatora. Agora ela pode
determinar que a Polícia Federal investigue o caso ou remeter os autos para o Ministério
Público Federal. O procurador-geral Rodrigo Janot deve emitir parecer
recomendando diligências à PF ou até mesmo devolução para a Justiça Federal da
parte da investigação de pessoas que não têm direito a foro privilegiado no
STF. Os secretários do governo paulista, que tiveram seus nomes
envolvidos no escândalo, por meio de depoimentos dados pelo ex-executivo da
Siemens Everton Rheinheimer à Polícia Federal, comentaram ontem a chegada ao
Supremo do inquérito sobre o cartel no metrô de São Paulo. O Ministério Público
de São Paulo chegou a emitir parecer contrário ao encaminhamento da denúncia
para o STF, sob o argumento de que não haveria provas contra os políticos
citados nos depoimentos de Rheinheimer. O ex-executivo chegou a negar, por meio
de nota, que teria envolvido o nome dos políticos no esquema. Porém, foi
justamente com base em seus depoimentos que os nomes dos secretários de Alckmin
foram acrescentados ao inquérito. Todos negam envolvimento nas
irregularidades. O titular da pasta de Energia, José Aníbal, considerou
ontem positiva a condução do inquérito pelo STF. — Acho muito bom porque
é uma instituição à altura de um tribunal superior. Agora, o PT vai ter
dificuldades para vazar informações caluniosas — afirmou José Aníbal. No
caso de Aníbal, Rheinheimer teria dito que “tratava diretamente com seu
assessor, o vice-prefeito de Mairiporã, Silvio Ranciaro”. Aníbal afirmou
que conhece Ranciaro, que é filiado ao PSDB, mas que ele nunca foi seu assessor
nem teve autorização para falar em nome dele em questões que não fossem
relativas a posicionamentos políticos. O secretário de Desenvolvimento
Econômico, Rodrigo Garcia (DEM), disse, por meio de nota, esperar que o caso
seja apurado rapidamente. “Espero que o caso seja avaliado rapidamente,
para que se evite um dano maior à reputação de pessoas sérias como eu”, diz o
texto encaminhado à reportagem. Garcia é citado na carta anônima que
chegou à PF como um dos recebedores de propina das multinacionais do esquema de
cartel. Ele diz que as acusações são “levianas e mentirosas”. “Lamento
que acusações levianas, mentirosas e sem provas tenham motivado o envolvimento
de meu nome em uma investigação. Coloco-me, desde já, à disposição das
autoridades competentes”. O secretário da Casa Civil, Edson Aparecido
(PSDB), e o deputado Arnaldo Jardim (PPS), ambos apontados por Rheinheimer como
recebedores de propina, não se manifestaram sobre o envio do caso ao Supremo.
(Colaborou Carolina Brígido).
Fonte: http://clippingmp.planejamento.gov.br
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