quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Os trilhos da corrupção tucana


A decisão da Justiça Federal de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o Caso Siemens, coloca sob os holofotes um escândalo bilionário que envolve tucanos de alta plumagem do PSDB paulista, desde os ex-governadores de São Paulo, Mário Covas e José Serra, até o atual, Geraldo Alckmin. Perto do “mensalão” (o do PT), esse escândalo é fichinha. No primeiro, os recursos envolvidos chegaram a R$ 74 milhões, incluídos aí serviços de comunicação efetivamente realizados. No caso Siemens, até a semana passada, calculava-se que não menos que R$ 500 milhões de reais haviam sido desviados dos cofres públicos paulistas. Entretanto, de acordo com reportagem publicada pela Revista IstoÉ desta semana, os números desse esquema podem superar 1,5 bilhão de reais em desvios. Segundo a publicação, um único contrato para reforma de trens e vagões, todos com mais de 40 anos de uso, custaram aos cofres do governo de São Paulo quase R$ 2,9 bilhões de reais (em valores não atualizados). O problema é que, ainda segundo a IstoÉ, por esse preço o Metrô de Nova York adquiriu uma frota de trens novos, comprados exatamente das empresas que reformaram as sucatas paulistas. O prejuízo, considerando apenas esse caso, chega a quase R$ 1 bilhão de reais! Dormiu no ponto? Esse esquema bilionário passou despercebido pelos órgãos de controle e fiscalização brasileiros até começar a ser desvendado por investigações realizadas pelo Ministério Público da Suíçasobre a multinacional francesa Alston. Só depois é que a Polícia Federal e o Ministério Publicam Federal entraram no caso. Dessas investigações, emergiu outro um bem elaborado esquema de pagamentos a partidos, políticos tucanos, funcionários públicos e até mesmo a membros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Tudo para viabilizar que contratos milionários fossem entregues a um conluio de megaempresas estrangeiras interessadas nas obras do metrô paulistano. A descoberta desse “cartel”, como apelidou a grande mídia esse esquema de corrupção, justificou a entrada nas investigações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), cuja missão é preservar a livre-concorrência. Considerando ser o PSDB o partido mais neoliberal do Brasil, não deixa de ser um paradoxo que esse partido tenha montado um esquema tão “oligopolizado”. Teste ao “moralismo” Estranho é que até agora não recebi uma única mensagem-eletrônica detalhando ssemega-esquema de corrupção, daquelas que enchiam minha caixa-postal nos tempos em que o “mensalão” (o do PT) estava na moda. Nem postagens no Facebook da gente indignada com a corrupção (a do PT), que celebravam o “maior escândalo de corrupção da história”, eu vi até agora. As atrizes globais vão se vestir de preto, mostrando aquele olhar distante de desilusão com o destino dado ao dinheiro do povo de São Paulo? Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Celso de Mello e Luiz Fux vão continuar usando as vestes de “justiceiros” ou voltarão a se lembrar que a equidade jurídica é um princípio não apenas constitucional, mas civilizacional. Pois bem. O “trensalão tucano”, como está sendo apelidado por setores minoritários da imprensa, vai ser julgado pelo STF. Resta saber se ele terá a mesma audiência que teve o “mensalão” (o do PT) ou se naufragará nas águas turvas do “segredo de justiça”.

Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br/coluna/rubensnobrega

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