A
decisão da Justiça Federal de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o
Caso Siemens, coloca sob os holofotes um escândalo bilionário que envolve
tucanos de alta plumagem do PSDB paulista, desde os ex-governadores de São
Paulo, Mário Covas e José Serra, até o atual, Geraldo Alckmin. Perto do “mensalão” (o do PT),
esse escândalo é fichinha. No primeiro, os recursos envolvidos chegaram a R$ 74
milhões, incluídos aí serviços de comunicação efetivamente realizados. No caso
Siemens, até a semana passada, calculava-se que não menos que R$ 500 milhões de
reais haviam sido desviados dos cofres públicos paulistas. Entretanto, de acordo com
reportagem publicada pela Revista IstoÉ desta semana, os números desse esquema
podem superar 1,5 bilhão de reais em desvios. Segundo a publicação, um único
contrato para reforma de trens e vagões, todos com mais de 40 anos de uso,
custaram aos cofres do governo de São Paulo quase R$ 2,9 bilhões de reais (em
valores não atualizados). O problema é que, ainda segundo a IstoÉ, por esse
preço o Metrô de Nova York adquiriu uma frota de trens novos, comprados
exatamente das empresas que reformaram as sucatas paulistas. O prejuízo,
considerando apenas esse caso, chega a quase R$ 1 bilhão de reais! Dormiu
no ponto? Esse esquema bilionário passou despercebido pelos órgãos de controle
e fiscalização brasileiros até começar a ser desvendado por investigações
realizadas pelo Ministério Público da Suíçasobre a multinacional francesa
Alston. Só depois é que a Polícia Federal e o Ministério Publicam Federal
entraram no caso. Dessas investigações, emergiu outro um bem elaborado esquema
de pagamentos a partidos, políticos tucanos, funcionários públicos e até mesmo
a membros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Tudo para viabilizar
que contratos milionários fossem entregues a um conluio de megaempresas
estrangeiras interessadas nas obras do metrô paulistano. A descoberta desse
“cartel”, como apelidou a grande mídia esse esquema de corrupção, justificou a
entrada nas investigações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica), cuja missão é preservar a livre-concorrência. Considerando ser o
PSDB o partido mais neoliberal do Brasil, não deixa de ser um paradoxo que esse
partido tenha montado um esquema tão “oligopolizado”. Teste ao “moralismo” Estranho
é que até agora não recebi uma única mensagem-eletrônica detalhando
ssemega-esquema de corrupção, daquelas que enchiam minha caixa-postal nos
tempos em que o “mensalão” (o do PT) estava na moda. Nem postagens no Facebook
da gente indignada com a corrupção (a do PT), que celebravam o “maior escândalo
de corrupção da história”, eu vi até agora. As atrizes globais vão se vestir de
preto, mostrando aquele olhar distante de desilusão com o destino dado ao
dinheiro do povo de São Paulo? Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Celso de Mello e
Luiz Fux vão continuar usando as vestes de “justiceiros” ou voltarão a se
lembrar que a equidade jurídica é um princípio não apenas constitucional, mas
civilizacional. Pois bem.
O “trensalão tucano”, como está sendo apelidado por setores minoritários da
imprensa, vai ser julgado pelo STF. Resta saber se ele terá a mesma audiência
que teve o “mensalão” (o do PT) ou se naufragará nas águas turvas do “segredo
de justiça”.
Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br/coluna/rubensnobrega
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