A desigualdade entre pobres e ricos está aumentando não somente entre países, como também dentro das próprias nações, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em sua mensagem para o Dia Mundial da Justiça Social, celebrado todo dia 20 de fevereiro para demonstrar o poder da solidariedade global na criação de oportunidades para todos.
Ban disse que o lugar onde a pessoa nasceu e viveu
ou sua etnia e gênero não podem determinar a sua renda, muito menos as
oportunidades desse indivíduo para obter educação de qualidade, serviço de saúdebásico, trabalho decente, água potável,
participação política e uma vida livre da violência, informou a Rádio ONU.O chefe das Nações Unidas alertou para o fato de
que as várias manifestações que estão acontecendo pelo mundo têm como raiz a desigualdade,
a discriminação e a pobreza generalizada. Ainda assim, Ban acredita que é
possível reverter esse quadro através de iniciativas como os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) e a agenda de desenvolvimento pós-2015.
O secretário-geral da ONU
afirmou que a comunidade internacional deve pôr em prática medidas que acabem
com as barreiras à dignidade e ao desenvolvimento humano, proporcionando
emprego, proteção social e participação política para todos e deixou claro que
neste momento é importante fazer da justiça social o ponto central para se alcançar um crescimento
equitativo e sustentável para todos.
OIT:
Enfrentamos uma crise social, uma crise de justiça social: Em mensagem marcando a data, o diretor-geral da Organização Internacional
do Trabalho (OIT), Guy Ryder, afirmou que atualmente toda uma geração de jovens
enfrenta a perspectiva de um futuro mais incerto e menos próspero do que o que
teve a geração anterior. A situação de
muitos é tão desesperadora, afirma, que parece difícil acreditar que pode
piorar.
Os responsáveis políticos
dificilmente podem ignorar esta realidade. Antes mesmo da eclosão da crisefinanceira mundial em
2008, a metade da população mundial vivia com
menos de 2 dólares ao dia, milhões de pessoas eram vítimas da fome e muitas
pessoas não tinham nenhuma expectativa de encontrar trabalho decente”, disse.
Depois de seis anos de um
crescimento econômico insuficiente e diante da falta de respostas políticas,
completou Ryder, milhões de pessoas ficaram para trás, sem trabalho e
desamparados diante do aumento dos preços dos alimentos e dos serviços.“Como resultado, enfrentamos uma profunda crise
social, que também é uma crise de justiça social. São profundamente
preocupantes as alarmantes e crescentes desigualdades das economias avançadas e
em desenvolvimento. Atualmente, cerca de 1% da população acumula
tanta riquesa quanto os 3,5 bilhões depessoas mais pobres
do planeta”, alertou.
Para ele, as medidas de
proteção social são elementos essenciais da resposta política. “Não é em vão que países com sistemas de seguridade
social adequados conseguiram reduzir o índice de pobreza por mais da metade
através das transferências sociais e registraram uma diminuição significativa
das desigualdades.” “A proteção social não é somente um direito humano, mas
também uma aposta em uma política econômica eficaz. A seguridade social dá
acesso ao cuidado médico, à educação e à alimentação”, concluiu.
A Assembleia Geral das
Nações Unidas proclamou em 2007 o dia 20 de fevereiro como o Dia Mundial da
Justiça Social, convidando os Estados-membros a dedicar a data à promoção de
atividades nacionais de acordo com os objetivos e metas da Cúpula Mundial para
o Desenvolvimento Social de 1995. Neste
encontro, líderes mundiais se comprometeram com a erradicação da pobreza, com o
pleno emprego e com a promoção de objetivos primordiais de integração social em
escala global.
Fonte: www.onu.org.br
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