Por, Joana Tavares, Da Página do MST,
Fotos: Oliver Kornblihtt
Kettely Lorrany da Silva, de Goiás, tem oito anos. Ela precisa sair de casa todo dia às 11h30 para chegar à escola às 13:00. O mineiro Caio César tem onze anos. Ele já perdeu aula muitas vezes porque o ônibus que leva as crianças para a cidade estava estragado.
Kettely Lorrany da Silva, de Goiás, tem oito anos. Ela precisa sair de casa todo dia às 11h30 para chegar à escola às 13:00. O mineiro Caio César tem onze anos. Ele já perdeu aula muitas vezes porque o ônibus que leva as crianças para a cidade estava estragado.
Milena Lima de Oliveira é do Pará e
tem dez anos. Ela acha que falta material escolar, livro, caderno, lápis. Na
manhã desta quarta-feira (12/02) cerca de 800 crianças Sem Terrinha de todas as
regiões do país ocuparam o Ministério da Educação (MEC) para denunciar o
descaso com a educação.
Cerca de duas horas depois de
ocuparem a entrada do MEC, as crianças leram um manifesto para o ministro José
Henrique Paim. O ministro se comprometeu a pressionar pela aprovação de uma lei
que impeça o fechamento das escolas no campo. “O compromisso de vocês é o nosso
também”, disse.
Alessandro Mariano, do setor de
educação do MST, disse que o movimento está cansado de ouvir sempre a mesma
promessa. “Eles sempre falam isso. Mas o Ministério tem recursos e não prioriza
a educação no campo”.
De acordo com o setor de educação do
MST, são necessárias mais 400 escolas em áreas rurais. Nos últimos 12 anos, 37
mil escolas foram fechadas. As crianças cobram melhores condições para as 76
mil escolas existentes. “Existem muitas escolas que estão dentro dos nossos
acampamentos e assentamentos e que não têm transporte pra nos levar”, dizem, no
manifesto.
Antes de voltar para o ginásio Nilson
Nelson, onde acontece o VI Congresso do MST, as crianças cravaram suas mãos em
tinta na fachada do Ministério.
Edna Rosseto, do setor de educação,
ressalta que foi fundamental a participação das crianças no ato político. “As
crianças do campo são invisibilizadas nas políticas públicas, e também ficavam
invisíveis nos processos de negociação e pressão. Por isso viemos todos para
este ato. Desde as crianças de colo até as crianças de 12 anos, protestando por
seus direitos onde vivem”, ressalta.
Ciranda Paulo Freire; Desde o começo do Congresso, todo dia, bem cedo, Carlos
Rodrigues deixa sua filha Raíssa, de oito anos, na ciranda. “Nunca vi um
pessoal que gosta tanto de criança assim, trata igual um filho mesmo. A gente
fica até emocionado”, diz. Raíssa era sós elogios: “a gente brinca, ri, é muito
legal”.
Pudera. Com uma equipe de 200
educadores, mais os integrantes da Brigada Semeadores, palhaços e palhaças que
conseguem juntar a alegria e o aprendizado, a ciranda não para. Maria
Luísa, de 10 anos, diz que gosta de estudar num lugar que chama Paulo Freire.
“Ele foi um ótimo professor. Ele ensinava as pessoas que não sabiam ler nem
escrever, como a minha avó”, diz.
Fonte: http://www.mst.org.br
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