Mariana
Reis – Asacom; Agroecologia em pauta | Foto:
Monyse Ravena / Arquivo Asacom; Frutos da comunicação popular | Foto: Monyse Ravena / Arquivo
Asacom
A relação
entre comunicação, agroecologia e a luta pelo fortalecimento dos povos do campo
foi o tema de uma das atividades autogestionadas realizadas no sábado (14/03),
último dia do Encontro Nordestino pelo Direito à Comunicação (ENeDC).
Mediada
pelo Centro Sabiá, a roda de diálogo trouxe as experiências de comunicação da
Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), do Movimento de Organização Comunitária
(MOC) – que também integra a articulação – e da Articulação Nacional de
Agroecologia (ANA).
A introdução às experiências foi feita por Alexandre Pires, coordenador geral do Centro Sabiá e da ASA Pernambuco, e abordou a comunicação como forma de visibilizar a resistência dos movimentos.
“O
fortalecimento da luta dos povos do campo tem a ver com os direitos
indissociáveis. O direito à terra, à água, à produção estão diretamente ligados
ao direito de se comunicar, de se manifestar, de se posicionar como sujeito.
Falar desse campo é falar de pessoas que lutam por políticas para garantir seus
direitos”, enfatizou.
Comunicar para educar crianças, adolescentes e jovens. Esse foi o tom da apresentação de Rachel Pinto, comunicadora do MOC. Iniciativas como rádio-poste com sistema de alto-falante e Dia da Comunicação na Escola, envolvendo formação de educandos e de educadoras/es no fazer comunicacional foram ações destacadas. Spots e programas de rádio produzidos pelas crianças também puderam ser compartilhados com o público.
Comunicar para educar crianças, adolescentes e jovens. Esse foi o tom da apresentação de Rachel Pinto, comunicadora do MOC. Iniciativas como rádio-poste com sistema de alto-falante e Dia da Comunicação na Escola, envolvendo formação de educandos e de educadoras/es no fazer comunicacional foram ações destacadas. Spots e programas de rádio produzidos pelas crianças também puderam ser compartilhados com o público.
A comunicação desenvolvida pela ASA foi trazida na fala de Gleiceani Nogueira, assessora de coordenação da Asacom. Mostrou-se um trabalho focado no comunicar como anúncio de um Semiárido belo e rico em vida e no comunicar como denúncia das políticas de combate à seca, dos agrotóxicos e dos transgênicos. Ao final, lançou-se o desafio: como ampliar as vozes dos povos do Semiárido?
A experiência da
ANA apresentada foi o Curta Agroecologia que, através da linguagem audiovisual,
evidencia as diferenças entre o modo de vida das famílias agricultoras
agroecológicas das que trabalham para o agronegócio.
“A ANA atua congregando
redes e organizações de coletivos. Para comunicar o tema da agroecologia,
assim, é preciso que todo o coletivo se envolva”, disse Fernanda Cruz,
coordenadora de comunicação da ASA, rede que também faz parte da ANA.
“Como abordar essas
questões da agroecologia sem ser mecânico e instrumental? São desafios com que
a gente se depara”, complementou Paulo Castiglioni, do Canal Saúde (Fiocruz).
Cinegrafista dos últimos episódios do Curta Agroecologia, Paulo trouxe em sua
fala a importância de aliar a estética com o discurso que queremos comunicar.
Participante do
vídeo Taco de Terra, do Curta Agroecologia, o agricultor José Augusto, o
“Cabeludo”, do Assentamento Amaraji (Rio Formoso – PE), esteve presente no
encontro. Após a exibição do vídeo, que retrata a luta pela conquista da terra
na zona da mata pernambucana, ele destacou que sente orgulho pelo trabalho
agroecológico que vêm desenvolvendo na comunidade e afirmou:
“Houve
transformações e mudanças para melhor, não para uma pessoa, mas para o
coletivo. Aquilo que a gente aprende a gente tem o dever de repassar. Muitas
vezes a gente fica isolado na comunidade, mas quando faz o intercâmbio, troca
experiências, vê que não está sozinho”.
Direito à comunicação no campo e na cidade – Participaram da
roda de diálogo comunicadoras/es populares da ASA, estudantes universitários,
professores e assessoras/es de comunicação que atuam em organizações ligadas ao
meio rural, governamentais e não-governamentais.
A comunicação como “processo de
construção da autonomia dos povos”, como “expressão da prática” e como
“emancipação e libertação dos sujeitos” foram algumas das colocações do público
presente.
“A comunicação que
fazemos, na perspectiva das comunidades tradicionais, deve ser vista como luta
política e como reafirmação da identidade”, trouxe Arméle Dornelas, assessora
de comunicação do Conselho Pastoral de Pescadores (CPP).
Já o direito à
comunicação no campo e na cidade foi destacado na fala de Elka Macedo,
comunicadora popular da ASA. “Essa discussão ainda é muito urbana e muito
metropolitana.
Nos espaços urbanos dos sertões, por exemplo, a luta é até mesmo
pelo acesso aos meios de comunicação. Por outro lado, é justamente no meio
rural que conseguimos fazer uma comunicação verdadeiramente social”, afirmou.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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