quarta-feira, 10 de março de 2021

A GRANDE MANCHETE DESTA SEMANA É: Fachin anula condenações de Lula, que volta a ficar elegível

O ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, anulou as condenações do ex-presidente Lula na operação Lava Jato. O magistrado entendeu que os casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e outros dois que envolvem o Instituto Lula não deveriam ter ido para a alçada do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, uma vez que não há relação clara com o escândalo de corrupção na Petrobras.

Com isso, Lula volta a ter direitos políticos e poderá tentar se eleger em 2022. Ou, pelo menos, enquanto não houver novas decisões sobre os processos, que serão encaminhados para a Justiça Federal do DF.

Se por um lado Fachin liberou Lula para a disputa eleitoral, por outro também esvaziou os argumentos do petista pela suspeição de Moro. A parcialidade do ex-juiz deveria ser julgada nas próximas semanas.

Não é de se estranhar que o ministro tenha optado por esse caminho. Lavajatista de origem, Fachin parece ter agido para evitar a previsível humilhação de Moro e da força-tarefa paranaense em um eventual julgamento no plenário do STF – que ainda poderia ter efeito cascata sobre outros casos investigados na operação.

Ainda assim, não é novidade que Moro, Deltan e companhia já caíram em desgraça há algum tempo na opinião popular. A operação se desintegrou lentamente durante o governo Bolsonaro, em especial após o início da divulgação de conversas ilegais entre o ex-juiz e os procuradores, na série de reportagens da Vaza Jato.

Moro, que prendeu Lula e pouco depois aceitou o convite para ser ministro da Justiça do principal opositor do petista, hoje é malvisto pelos bolsonaristas. A força-tarefa foi descontinuada. A "maior operação de combate à corrupção do Brasil" desidratou-se em praça pública.

Fonte: congressoemfoco.uol.com.br