Para quem ainda não
tem certeza do uso político e eleitoreiro que Jair Bolsonaro faz da religião, o
novo pedido de impeachment contra o presidente pode ajudar a clarear tal
percepção. Articulado por vários grupos religiosos, o documento é assinado por
mais de 380 líderes católicos e evangélicos.
Nas dezenas de páginas, o grupo cita as conseqüências devastadoras da “política
genocida” de Bolsonaro: mortes falta de vacina, falta de oxigênio, incentivo ao
uso de remédios ineficazes contra a covid-19.
O chefe de redação do Congresso em
Foco, João Frey, conversou hoje com um dos signatários do pedido, o monge
menonita Marcelo Barros. O teólogo criticou a instrumentalização da religião e
lembrou que um dos motes que elegeram Bolsonaro foi “Deus acima de todos”.
“Não podemos nos colocar nesta mesma fileira de pastores padres e até cardeais
católicos que apoiam o pior, que foram contra a democracia”, disse Barros. Já
são mais de 60 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Por enquanto, todos na
gaveta. A ver.
Ana Krüger, editora do Congresso em Foco.
Bolsonaro justifica compra de leite condensado
Depois
de intensa repercussão após a revelação de detalhes das compras alimentícias do
governo, Jair Bolsonaro decidiu comentar o assunto. Em uma churrascaria, num
evento para artistas que o apoiam, Bolsonaro gritou ao microfone: "Vai pra
puta que pariu, porra. Essa imprensa de merda, é pra enfiar no rabo de vocês,
de vocês da imprensa, essas latas de leite condensado aí".
Quase tão vil quanto a explicação de Bolsonaro
foi a reação da plateia. Aglomerados e sem máscara dentro de um ambiente
fechado, gritavam: “mito, mito, mito”. A nota pitoresca fica para a
participação de Ernesto Araújo que, sem embaraço, trocou o posto de chanceler
pelo de animador de auditório.
João Frey, chefe de redação do Congresso em Foco
Fonte: congressoemfoco.uol.com.br