sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Diabetes: uma epidemia em curso

Conheça mais sobre diabetes e como os profissionais de saúde podem atuar.
Prevalência de diabetes aumenta no Brasil.
O diabetes mellitus vem crescendo no mundo todo, em ritmo comparado a uma epidemia. Dados publicados em 2009 pela Sociedade Brasileira de Diabetes mostram que, em 1985, cerca de 30 milhões de pessoas eram portadoras de diabetes mellitus. Este número cresceu para 135 milhões em 1995, depois para 173 milhões de pessoas em 2002. Em 2030, a previsão é de que possa chegar a mais ou menos 300 milhões de doentes.

O ritmo de crescimento do diabetes tem relação com o crescimento e envelhecimento populacional, maior urbanização, crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como a maior sobrevida de pacientes com diabetes.

O diabetes mellitus é um grupo heterogênio de distúrbios metabólicos e não apenas uma doença como muitos pensam, esses distúrbios do metabolismo apresentam em comum a hiperglicemia, que é o resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção da insulina ou em ambos.

Você conhece os tipos de diabetes e suas causas?

A atual classificação do diabetes mellitus é baseada na etiologia e não no tratamento da doença. Existe outro tipo de diabetes chamado de diabetes insípido, que é mais raro. Além disso, há outra categoria chamada de diabetes gestacional. Mas os principais tipos de diabetes são o Diabetes Mellitus Tipo 1 e o Diabetes Mellitus Tipo 2.

O diabetes do tipo 1 (insulinodependente) é o resultado da destruição das células betapancreáticas com conseqüente deficiência de insulina. Este tipo está presente em 5% a 10% dos casos de diabetes. A maior parte dos doentes que sofrem de diabetes tipo 1 desenvolvem a doença antes dos 30 anos.

No diabetes tipo 1 mais de 90 % das células que produzem a insulina no pâncreas (células beta) são destruídas de uma forma irreversível. Além dos fatores hereditários, supõe-se que alguma causa externa possa levar o pâncreas a não produzir mais a insulina, como um agente viral, ou distúrbios nutricionais que ocorram na infância e adolescência.

Em casos de diabetes em crianças e adolescentes, tanto o plano alimentar como a insulinoterapia devem ser flexíveis para esta faixa etária, devido à variedade de atividade física, horários de refeições e variação de apetite.

Já o diabetes do tipo 2 é caracterizado por defeitos na ação e secreção da insulina no organismo, e está presente em 90% a 95% dos casos de diabetes.

O diabetes tipo 2 aparece nas crianças e nos adolescentes, mas em geral começa depois dos 30 anos e é mais freqüente a partir desta idade. Cerca de 15 % dos doentes maiores de 70 anos sofrem de diabetes tipo 2. A obesidade é um fator de risco para o diabetes tipo 2, tanto que de 80 % a 90 % das pessoas que sofrem desta doença são obesos. Também certas etnias e alguns grupos culturais correm um maior risco de desenvolver esta perturbação, sendo freqüente a existência de antecedentes familiares.

Outras causas menos comuns do diabetes são os valores anormalmente altos de corticosteróides, a gravidez (diabetes gestacional)  e os medicamentos e substâncias tóxicas que interferem com a produção ou os efeitos da insulina, aumentando os valores de açúcar no sangue.

Para controlar o diabetes, além de seguir uma linha correta e disciplinar com os medicamentos é preciso também ter sempre uma alimentação saudável.

Os carboidratos, como cereais integrais, frutas, vegetais, enfatizando o consumo de leguminosas como feijões, soja, lentilhas, ervilha, grão de bico e leite desnatado, são componentes importantes e devem ser incluídos numa alimentação saudável.

Para os indivíduos que utilizam a insulinoterapia, a insulina aplicada antes da refeição deverá ser baseada no conteúdo de carboidratos das refeições. A ingestão de proteínas é recomendada no percentual de 12 a 16% do valor energético total. Para todos os diabéticos, a ingestão de gordura saturada deve ser menor do que 10% do valor da gordura total.

Conforme dados publicados pela Sociedade Brasileira de Diabetes, os custos diretos com diabetes variam entre 2,5 a 15% do orçamento anual da saúde. O custo direto com diabetes  no Brasil é maior do que na Argentina e no México. Gasta-se no Brasil, em torno de 3,9 bilhões de dólares americanos, na Argentina 0,8 bilhão e no México 2 bilhões de dólares com a doença.

Além disso, a estimativa dos custos sociais indiretos, como aqueles decorrentes das complicações da doença e da incapacidade laboral, é mais complexa. Supõe-se que estes custos podem chegar ao mesmo patamar dos custos diretos, ou até maiores.

No Brasil, o Programa Farmácia Popular disponibiliza o tratamento medicamentoso para diabetes de forma gratuita. No entanto, dar acesso ao tratamento não significa, necessariamente, que os pacientes terão garantia do uso racional dos medicamentos. É necessário um trabalho em equipes de saúde para garantir a efetividade dos tratamentos e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, assim como a diminuição de complicações decorrentes da doença.

Para tanto, existem ferramentas na Atenção Primária à Saúde, que são feitas nas Unidades Básicas, como o trabalho dos grupos de diabéticos, onde participam nutricionistas, educadores físicos, médicos, farmacêuticos, enfermeiros, agentes de saúde, entre outros profissionais. Este trabalho visa a reeducação dos pacientes em relação aos hábitos de vida, bem como ao acompanhamento farmacoterapêutico do tratamento. A Atenção Farmacêutica cabe, nesta situação, como um auxílio ao uso dos medicamentos e controle da doença.
Fonte: InstitutoSalus.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário