sexta-feira, 6 de julho de 2012

O labirinto do Padre Couto e necessidade de ser monoteísta na política


Padre por formação, o deputado Luiz Couto tem a prerrogativa de recorrer ao voto de silêncio todas as vezes que se encontra diante de um dilema político. Com indicações no governo do Estado e na prefeitura de João Pessoa e diante de uma candidatura própria do PT na Capital, politicamente, Couto não sabe a que deus seguir. As opções trazem todas consigo um “porém”. Quer ficar com Estelizabel Bezerra (PSB), mantendo assim aliança política com o governador Ricardo Coutinho (PSB). Porém terá dificuldade pra adequar o discurso em razão de não poder, gratuitamente, fazer oposição a uma candidatura petista. Pode alegar que a aliança com o PPS de Nonato Bandeira tirou a pureza da composição, mas o aval da Direção Nacional atenua essa suposta incoerência partidária. Além disso, ainda tem a presença do Democrata dos Morais na chapa, deixando o Padre um pouco incomodado, como pastor evangélico diante da imagem de Nossa Senhora. Apesar das restrições pra abraçar de peito aberto a candidatura de Estela, o Padre não tem pensando também em abraçar-se com Cartaxo. Não gostaria de ver os cargos que tem no governo do Estado ficando vagos. Couto, por isso, está em profundo momento de reflexão. Em silêncio, pra não cometer pecado algum. Diz-se que deve reunir os mais próximos em breve pra apresentar uma saída pública. Na política, como no Cristianismo, não há outro caminho senão o do monoteísmo.

Luís Tôrres

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