Governo
Federal se movimenta para privatizar usinas hidrelétricas da CESP, CEMIG, COPEL
e CELESC - estatais estaduais que não renovaram as concessões.
MAB abril de 2013. Muitas usinas (com produção de
25.000 MW), linhas de transmissão (85.000 Km) e distribuidoras que não havia
sido privatizadas nos anos 90 estavam com seus contratos encerrando entre
2012 e 2015. Naquele momento renovar as concessões significava não privatizar. No
final de 2012, o governo federal optou pela renovação, adotou medidas para
renovar as concessões de energia elétrica e reduzir a tarifa para a indústria e
residências. A renovação, naquele momento, evitou a privatização. No entanto as
usinas das empresas estatais dos governadores do PSDB não aceitaram a renovação
e agora correm novamente risco de privatização. Dos cerca de 25.043 MW de
potência (13.600 MW médios) que tinham a opção de renovar cerca de 60% optou
pela renovação (usinas das estatais federais) e 40% não aceitou reduzir a
tarifa e conseqüentemente não renovaram as concessões. Na transmissão, os
85.000 Km de linhas praticamente todas aceitaram a renovação, onde a maioria é
do sistema Eletrobrás. As usinas que não aceitaram a renovação pertencem às
estatais estaduais (Cemig, Cesp, Copel, Celesc,...), que estão sob controle dos
Governadores do PSDB (SP, MG e PR) e DEM (SC). Ao todo são 12 hidrelétricas e
24 PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). Como não renovaram, estes contratos
destas usinas estão se encerrando entre 2013 e 2015. Assim que os contratos
forem sendo encerrados, estas usinas voltam para o controle da União. A
primeira usina que encerrou o contrato é a usina da CESP, chamada Três Irmãos,
no rio Tietê. Desta forma o MME e a ANEEL estão encaminhando um leilão destas
usinas e isso significará a privatização. O MME já emitiu duas portarias
(Portaria 117/2013 e Portaria 123/2013) autorizando a ANEEL fazer o leilão
destas usinas. Ou seja, se inicialmente as medidas do governo federal evitaram
a privatização, agora é o próprio Governo de Dilma quem irá privatizar as
usinas do PSDB. Significará uma derrota política para a esquerda e para todos
que lutam contra as privatizações. A usina de Três Irmãos (da Cesp), a previsão
é ser leiloada num prazo de 60 dias. Depois desta, serão leiloadas as demais
usinas das estatais estaduais – como Ilha Solteira e Jupiá da CESP, Três
Marias, São Simão, Jaguara, Volta Grande da CEMIG, e a Governador Parigot da
COPEL, entre outras. Ou seja, abrirá caminho para leiloar todas as usinas das
estatais que tiver contratos encerrados futuramente. Diante disso, exigem da
esquerda social uma luta nacional e um plano de ação e mobilização conjunta,
articulada e o mais ampla possível para enfrentar esta situação, em nível de
estado e a nível nacional para pressionar o governo e exigir o cancelamento
destes leilões. Inclusive poderíamos pensar ações lá nos locais das usinas
também. Também não basta apenas lutar contra o cancelamento dos leilões, mas se
faz necessário construir uma proposta do que deve ser feito com estas usinas
que não renovaram. Na semana que passou a Plataforma Operária e Camponesa para
energia realizou uma reunião com o Governo e este tema foi pautado. Ficou de
nos próximos dias realizar uma nova reunião específica sobre este tema das
usinas que não renovaram e teríamos que levar e articular um amplo leque de
organizações.
MAB
Fonte:
CPT
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