O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu nesta
sexta-feira (21), em discurso na tribuna no Senado, a abolição de todos os
partidos políticos brasileiros. Durante o pronunciamento, em que comentou os recentes protestos ocorridos no Brasil, o senador afirmou
que todos os atuais partidos brasileiros fracassaram. "Talvez seja a hora
de abolir os partidos políticos. E aí vamos descobrir o que a gente põe no
lugar." No discurso, Cristovam afirmou que a primeira pessoa que
"ouviu falar nisso" foi o ex-presidente da República e do Senado José
Sarney. "Ele alertou aqui, de que algo tem que mudar na maneira de fazer o
diálogo com o povo, que não dá para dialogar apenas uma vez a cada quatro
anos", disse. Nesta quinta (20), Buarque já havia afirmado que "todos
os ingredientes foram colocados nesse caldeirão que levou a essa
explosão". "É óbvio que aconteceria. E muitos de nós alertamos.
Muitas vezes cheguei a dizer, e fui criticado, que não demoraria para que povo
pedisse para fechar o Congresso. Todos os ingredientes estavam aí",
afirmou. "O fato de não termos corruptos presos é o ingrediente que faz
com que as pessoas terminem optando por essas mobilizações", disse o
senador. "Será que a gente não percebe que um dia cairia a ficha de que o
dinheiro gasto nos estádios saiu das escolas, dos hospitais, e que o povo que
pagou pelos estádios da Copa não iria assistir aos jogos?" Em sua conta do
Twitter, o senador demonstrou surpresa com a repercussão das declarações.
"Nunca pensei que os partidos tivessem tantos defensores. Só apanhei, e
muito, por dizer que os atuais partidos precisam ser abolidos", escreveu.
"Em meia hora fui chamado de senil, louco, bundão, canalha, maluco,
irresponsável e outros mais adjetivos. Pior que continuo achando que estou
certo." O discurso ocorre na esteira dos protestos que levaram mais de 1
milhão de pessoas às ruas em diversas cidades brasileiras nesta quinta-feira
(20). No Rio, em Brasília, e em Campinas, houve
depredação e confrontos violentos de manifestantes com a polícia. Em Ribeirão
Preto, um jovem de 18 anos foi atropelado após um motorista avançar com o carro
contra um grupo de manifestantes. Outros três se feriram. Em São Paulo, houve clima hostil entre manifestantes "nacionalistas"
e militantes de partidos da esquerda.
Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br
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