A
agricultora mineira do Projeto de Assentamento Papamel, no município de Unaí,
Marlete Cordeiro de Brito, 50 anos, comemora a atenção dada nos últimos anos
aos produtores do campo. Em 1994, ela e a família chegaram a se mudar para a
cidade por causa das dificuldades que enfrentavam no meio rural. “Moramos
um período na cidade porque não tinha uma terra. Meu esposo estava cansado de
trabalhar nas fazendas e ganhar pouco, e meus filhos precisavam estudar. A
gente estava com dificuldades. Moramos oito anos fora e, nesse tempo, varri
rua, trabalhei como doméstica e ainda plantava umas coisas no meu quintal e
vendia. Não foi um tempo ruim, mas a gente não tinha a fartura que tem hoje.” A
mudança foi possível com o Plano Safra da Agricultura Familiar, criado em 2003,
pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que este ano disponibilizará
R$ 39 bilhões para fortalecer as organizações econômicas e estimular a produção
sustentável. Há 11 anos, a família de Dona Marlete apostou no regresso ao
campo. “Resolvi voltar porque o sonho do meu esposo era ter uma terra e eu
também só sabia mexer com a roça. Aqui, a gente tem muito mais ajuda. Tudo que
a gente planta, consegue vender. A vida no campo é mais tranquila, a gente
consegue pagar as dívidas e sempre lutar pelos filhos. ”Para viabilizar a
vontade da família a agricultora recorreu às linhas de investimento do Pronaf
para estruturar parte dos 23 hectares da terra que recebeu como assentada da
reforma agrária. O primeiro empréstimo feito foi no ano de 2006, no valor de R$
18 mil. O recurso foi aplicado na construção de um sistema de irrigação e na
compra de novas vacas leiteiras. “Precisávamos melhorar nossa renda. Com o
dinheiro do Pronaf, investimos na irrigação das nossas plantações e na compra
de mais animais”, explica. Para dona Marlete, o retorno foi melhor que o
esperado. Hoje, ela, o marido e o filho mais novo, de 23 anos – que deixou a
cidade há sete para ajudar os pais – tomam conta de tudo na propriedade. A
produção da família inclui o cultivo de quiabo, milho verde, jiló, abobrinha,
hortaliças e frutas, além da criação de galinha caipira e de gado de
leite. Os produtos são comercializados nas feiras e nos mercados do
município. Menos o leite, que é vendido diretamente para uma cooperativa da região.
“A gente não pensava que ia evoluir como a gente evoluiu. Não temos do que
reclamar. Às vezes, até me assusto quando coloco na ponta do lápis e vejo o
quanto tirei no mês”, revela. E a agricultora planeja ir mais longe. “Estamos
terminando de pagar nosso empréstimo e vamos tentar o financiamento de novo
para fazer pastos, cercas, arrumar a ordenha e o curral dos animais”, enumera.
Dona Marlete também pensa em comercializar seus produtos para os mercados
institucionais do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional
de Alimentação Escolar (Pnae), ações articuladas pelo MDA e tratadas com
destaque em todas as edições do Plano Safra. “Tenho vontade de participar desse
projeto. Acho que é um bom negócio, porque é um dinheiro extra que entra para
gente, e que acaba nos ajudando mais”, reflete. (Entenda o Plano Safra da Agricultura Familiar) Todo ano, o
Ministério do Desenvolvimento Agrário lança o Plano Safra da Agricultura
Familiar, com vigência de julho a junho do ano seguinte. O mês de divulgação é
estrategicamente escolhido para se adequar com o início do calendário da safra
agrícola brasileira. Desde 2003, quando foi instituído pela pasta, o Plano
reúne um conjunto de políticas públicas que abrangem os serviços de assistência
técnica e extensão rural, o crédito, a cobertura de renda no seguro, a garantia
de preços, a comercialização e a organização econômica das famílias residentes
no campo. A cada lançamento, o Plano é também aperfeiçoado. Interação que
permite ao agricultor familiar usufruir de melhores oportunidades e condições
de crescimento. A inclusão do Selo da Identificação da Participação da
Agricultura Familiar (Sipaf), do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf) e do
Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF), são alguns
exemplos desse aprimoramento.
Fonte: portal.mda.gov.br
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