A presidenta Dilma Rousseff lançou, nesta
quinta-feira (17), em Brasília, o Plano Nacional de Agroecologia e Produção
Orgânica – Brasil Agroecológico, que vai ampliar a produção e o consumo de
alimentos orgânicos e agroecológicos no País. O evento ocorreu durante a 2ªConferência Nacional deDesenvolvimento Rural Sustentável e
Solidário (2ª CNDRSS), que contou com a presença de representantes dos dez
ministérios que participaram da elaboração do Plano, de movimentos sociais,
agricultores familiares, assentados da reforma agrária, povos e comunidades
tradicionais, incluindo a juventude rural, e suas organizações sociais e
produtivas. Em auditório lotado pelo público, a presidenta Dilma Rousseff
afirmou que o lançamento do Plano Brasil Agroecológico confirma o compromisso
firmado pelo Governo Federal e que o Plano é fruto de um avanço do Brasil.
Entre as iniciativas do plano, a presidenta destacou ações de assistência
técnica, aquelas voltadas para a qualidade dos insumos, rede de ensino e
pesquisa, crédito agrícola e demanda por produtos. “Queremos uma produção
agroecológica. O grande aliado da agricultura orgânica e agroecológica é o
consumidor cada vez mais consciente”, disse a presidenta. “Em todo o mundo há
uma consciência cada vez maior da agroecologia e da produção orgânica. É
possível produzir com qualidade alimentos orgânicos”, apontou. Dilma Rousseff
também realçou a importância da 2ª CNDRSS, evento que “discute o futuro do
Brasil rural e seu papel no desenvolvimento do futuro nacional”, tem 50% de
participação das mulheres e da juventude rural. Ação participativa: O ministro do
Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, salientou que o plano foi discutido com movimentos sociais,
com agricultores e agricultoras do País que trabalham com agricultura orgânica
e produção agroecológica. Pepe falou sobre o objetivo da Política Nacional de
Agroecologia e Produção Orgânica e apresentou as medidas do Plano Brasil
Agroecológico. O objetivo da Política é integrar e articular um conjunto de
políticas, programas e ações que visam à indução da transição da produção
orgânica, da produção de base agroecológica, como uma forma de se contribuir
para o desenvolvimento sustentável, possibilitando com isso que a população
tenha melhor qualidade de vida por meio da oferta e do consumo de alimentos
saudáveis e também do uso sustentável dos nossos recursos naturais. “Vamos
construir esse plano para que a população brasileira tenha mais oferta de
alimentos de qualidade, saudáveis, fortalecendo a agricultura brasileira”,
disse Pepe Vargas. Durante a cerimônia, o ministro Pepe Vargas anunciou, ainda,
100 decretos de desapropriação para a reforma agrária no País até o dia 31 de
dezembro. Plano:
“Esse é
um momento muito importante para nós mulheres agricultoras, assentadas,
quilombolas, povos e comunidades tradicionais”, disse Maria Verônica de
Santana, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste. “Agroecologia
tem tido grande destaque na agenda das mulheres, porque nós defendemos a vida,
nosso patrimônio genético. Somos guardiãs da biodiversidade, somos produtoras
de alimentos saudáveis e defendemos a soberania e a segurança alimentar”,
assinalou durante o lançamento. Para Elson Borges dos Santos, membro da
Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), “o plano não é para
o nicho do orgânico, é para toda a sociedade, para todo mundo que quer comida
boa”. Elson considera o Plano “uma semente de revolução porque permite mudar
rumos e ativar a criatividade do nosso povo, que pode ter a condição de se
apoderar do controle social da execução dessa política”. E completou: “Esse
plano nos leva a ter energia para produzir comida limpa, sadia, que tenha
característica de alimento.”

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