Em entrevista, ela afirma que, embora
candidatura de Eduardo Campos esteja "posta", ela também seria uma
"possibilidade"; "Para nós não interessa agora ficar discutindo
as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que possibilidade
seremos o processo irá dizer"; isso significa que simulações eleitorais
com seu nome continuarão sendo feitas, criando eventuais constrangimentos para
o PSB; ela já está até expulsando aliados, como Ronaldo Caiado; colunista
Fernando Rodrigues diz que Marina e Campos estão "desafinados";
Editorial da Folha já prevê substituição dele pela ex-ministra; Desde que se filiou ao PSB em apoio à candidatura de
Eduardo Campos, Marina Silva não perde uma oportunidade para assumir a
dianteira do partido na discussão sobre 2014 e assim criar constrangimento para
seus novos partidários. A edição desta quarta-feira da Folha aponta indícios de
que essa aliança não vai funcionar. Em entrevista ao jornal, Marina reabriu a
possibilidade de voltar à disputa: "Para nós não interessa agora ficar
discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades e sabemos disso. Que
possibilidade seremos o processo irá dizer e estamos abertos a esse
processo." Ela deixou claro que a fase no PSB é transitória: “A Rede não
está se fundindo com o PSB, não sou uma militante do PSB. É uma filiação
democrática transitória. Sou a porta-voz da Rede, militante da Rede. Meu
partido é a Rede.” Leia outros destaques: Disputa de 2014; Estou partindo do princípio
que a candidatura dele está posta. Se a aliança prospera com ele, e a
candidatura dele posta, a Rede terá ali o caminho da sua viabilização. Para nós
não interessa agora ficar discutindo as posições. Nós dois somos possibilidades
e sabemos disso. Que possibilidade seremos o processo irá dizer, e estamos
abertos a esse processo. Mas se você me pergunta qual é a minha prioridade, é a
de que prospere o programa, a aliança, e que a gente possa, a partir do que foi
sinalizado, ter a candidatura que já estava posta. A minha possibilidade é de
trabalhar para que o programa e a candidatura que o Eduardo Campos hoje
representa assumam compromissos com a sustentabilidade política, social,
ambiental, cultural, esse é o meu compromisso, essa é a minha cobrança. Em
nenhum momento falei de lugar na chapa, a única coisa que fiz foi dizer:
reconheço a sua candidatura, e gostaria de saber se há disposição para
aprofundarmos uma coligação programática, aonde faço uma filiação ao PSB para
registrar formalmente essa aliança programática'. Vice de Campos; Caiado: O Caiado e eu somos tão coerentes que, se
a aliança prosperar comigo, ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está
pedindo. Para o colunista da Folha, Fernando Rodrigues, os dois
candidatos já demonstram estar “desafinados”: Desafinados: BRASÍLIA - Demorou pouquíssimo para
surgirem às contradições na recém-anunciada aliança eleitorais entre Marina
Silva e Eduardo Campos. Indagada por Ranier Bragon e Matheus Leitão sobre quem
dessa coalizão será o candidato a presidente, Marina fez inúmeras ressalvas.
Depois, foi direta: "Nós dois somos possibilidades e sabemos disso". Marina
não disse nada de novo. Apenas vocalizou uma hipótese que habita a cabeça de
todos os que acompanham política. Na última pesquisa do Datafolha, em agosto,
ela tinha 28% das intenções de voto. Eduardo Campos pontuava 8%. Agora, ambos
estão no mesmo partido, o PSB. Qual é a lógica para inverter a posição dos dois
políticos --Marina sendo vice de Eduardo-- ao formar a chapa presidencial em
2014? Esse dilema flutuará por muito tempo entre os integrantes do PSB e da
Rede Sustentabilidade. É improvável ter a resposta definitiva antes de junho do
ano que vem data-limite para o registro de candidaturas. Coerente com suas
posições, Marina Silva disse ser contra qualquer tipo de aliança para obter
mais tempo de TV. Quer evitar jogar "o futuro da nação nas mãos daqueles
que não entendem a lógica de que o governar juntos' não pode ser feito com base
no toma lá, dá cá'". Ocorre que Eduardo Campos tem pré-alianças
heterodoxas já firmadas. Por exemplo, com o deputado Ronaldo Caiado, um
ruralista do Democrata de Goiás. Pragmático, o goiano se antecipou sobre a nova
realidade: "Marina Silva não me causa nenhum desconforto". Marina
teve reação diversa. Disse enxergar coerência em Ronaldo Caiado, a quem quase
indicou a porta da rua: "Ele mesmo vai pedir para sair, se é que não está
pedindo". Ou seja, a dupla Marina-Eduardo não sabe quem será candidato a
presidente nem quem serão aceito na aliança. Falta afinar o discurso para
converter em apoios o fato político protagonizado no sábado passado. No editorial, jornal de Otavio
Frias já prevê substituição de Campos pela ex-ministra: Signo da surpresa;
União de Marina e Campos é fato inesperado que tira opositores e até aliados da
zona de conforto; maior novidade pode estar por vir ; Sem que tenham enterrado
a "velha política", como dizem pretender, o governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), e sobretudo a ex-senadora Marina Silva conseguiram ao
menos criar um fato novo --e inesperado-- para a disputa presidencial de 2014. Como
reconheceram, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o
senador mineiro Aécio Neves (PSDB), a aliança Marina-Campos, anunciada no
sábado, nasceu sob o signo da surpresa. Talvez por essa razão, tem provocado
mais dúvidas que certezas e transformou-se no principal assunto político dos
últimos dias. Não é pouca coisa. Marina parecia caminhar para uma escolha
ingrata entre sair da cena eleitoral e acomodar-se em uma legenda de aluguel,
enquanto Campos não mostrava sinais de vigor nas pesquisas de intenção de voto.
Juntos, conseguiram incomodar PT e PSDB, que agora se dedicam a realizar uma
espécie de auditoria com todos os seus aliados. Em São Paulo, a esperada adesão
do PSB de Campos à campanha de reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB)
pode não se concretizar. Entraram no mesmo compasso de espera acordos
semelhantes encaminhados pelos dois partidos em outros dez Estados. Quanto ao
PT, deve perder o apoio dos socialistas na Bahia. A incerteza em relação a
mudanças nas peças eleitorais não é exclusiva de petistas e tucanos. O próprio
PSB foi pego de surpresa. "Vamos afinar a viola. Evidente que teremos
ajustes. (...) Revisão não significa que vai mudar", diz o deputado Beto
Albuquerque (PSB-RS), líder da sigla na Câmara. Entre os ditos sonháticos
envolvidos na fracassada criação da Rede Sustentabilidade, o impacto do
inesperado tem outro gosto. Em mensagens trocadas no final de semana, alguns
disseram estar "constrangidos" e "desolados" com o gesto de
Marina. Não sem razão. Da política internacional ao Código Florestal, passando
pelo porto de Suape (PE) e pelas doações eleitorais, são muitos os pontos de
divergência entre Marina e o PSB de Campos. Os dois ainda precisarão entrar em
um acordo quanto a eventuais alianças destinadas a ampliar o tempo de
propaganda na TV. Segundo projeções atuais, o PSB teria menos de 2 minutos a
cada bloco de 25 minutos. É muito pouco. Dilma Rousseff (PT) terá cerca de 12
minutos, e Aécio Neves, 4. Com exposição tão pequena, Eduardo Campos,
desconhecido no plano nacional, dificilmente conseguirá crescer. Marina Silva,
com sabido capital eleitoral, está em patamar bem mais elevado. Embora muito se
diga que o presidente do PSB será candidato, ele mesmo sabe que a principal
surpresa pode ainda estar por vir.

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