Recuperação
de pastagens degradadas, crescimento da área de plantio direto, ampliação da
fixação biológica de nitrogênio e, mais especificamente em relação à
agricultura familiar, tratamento de dejetos de animais e aumento da integração
lavoura-pecuária-floresta. Estas são as principais ações previstas no Plano
Setorial para Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na
Agricultura, conhecido como Plano ABC Nacional. O Plano, que será executado em
parceria pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), integra a Política Nacional de Mudanças
Climáticas (PNMC). A PMNC prevê a criação de uma série de planos setoriais com
vistas à redução de 36,1% a 38,9% nas emissões de dióxido de carbono (CO2), no
País, até 2020. O compromisso foi assumido pelo Brasil, em dezembro de 2009,
durante a 15ª Conferência das Partes (COP-15), realizada pela Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Copenhague, na Dinamarca.
“O Plano ABC Nacional é o plano setorial da agricultura, ou seja, a
contribuição do setor, no âmbito da PNMC, para a redução das emissões de CO2. E
contempla uma série de ações e de boas práticas que são voltadas a reduzir a
emissão de carbono nas atividades agropecuárias. São atividades que dizem
respeito tanto à agricultura não familiar como familiar”, explica o assessor do
Gabinete do MDA, Marco Pavarino. Tratamento de dejetos animais: O
tratamento de dejetos animais é uma das ações previstas no Plano ABC Nacional
que mais diz respeito à agricultura familiar, na medida em que algumas áreas do
País, em especial a Região Sul, são grandes produtoras de aves e suínos. As
atividades são geradoras de grande quantidade do gás metano, um dos que mais
contribui para o aumento do efeito estufa, ou seja, o aquecimento global. “É
importante lembrar que o metano tem um potencial 23 vezes maior que o CO2 de
causar o aquecimento global. Então, a agricultura familiar na Região Sul tem um
papel muito importante na redução dessas emissões”, enfatiza Pavarino, também
assessor do Gabinete do MDA para temas ambientais. Biogás como fonte de renda: O objetivo do Plano ABC Nacional é
garantir o aperfeiçoamento dos sistemas e práticas de uso e manejo sustentável
dos recursos naturais, que promovam a redução das emissões de gases de efeito
estufa e também aumentem a fixação de CO2 na vegetação e no solo usado pela
agricultura brasileira. Uma de suas metas mais importantes para a agricultura
familiar é a ampliação do uso de tecnologias para tratamento de 4,4 milhões de
metros cúbicos de dejetos animais para geração de energia (biogás) e produção
de composto orgânico, além de implementar ações de adaptação às mudanças
climáticas. “Uma das propostas do Plano é que o tema ambiental seja equacionado,
gerando renda para o agricultor, especialmente o agricultor familiar. E o
biogás pode ser uma fonte importante de renda para o produtor. Seja para ele
usar internamente na propriedade, seja para gerar energia e, posteriormente,
até vendê-la”, diz Marco Pavarino. Metas
do Plano: A Portaria Interministerial 984, criando o Plano ABC Nacional,
foi assinada pelos ministros Pepe Vargas (MDA) e Antônio Andrade (Mapa) e
publicada na edição desta quarta-feira (9), do Diário Oficial da União. Dentre
suas metas destacam-se a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens
degradadas e o aumento da adoção de sistemas de integração
lavoura-pecuária-floresta e de sistemas agroflorestais em quatro milhões de
hectares. A portaria também prevê a ampliação do uso do sistema de plantio
direto em oito milhões de hectares, a ampliação da fixação de nitrogênio em 5,5
milhões de hectares e a promoção de ações de reflorestamento de três milhões de
hectares no País de áreas destinadas à produção de fibras, madeira e celulose. “As
atividades desse plano não serão coordenadas, exclusivamente, pelo Governo
Federal; têm de ter, necessariamente, uma participação dos governos estaduais e
também dos municípios. O MDA se insere nesse sistema de governança através de
suas áreas específicas, como, por exemplo, o Departamento de Agregação de Valor
e Renda (Degrav), da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF)”, ressalta,
ainda, Pavarino. Ainda de acordo com ele, agora os dois ministérios deverão
criar, em até 90 dias, uma comissão executiva nacional para coordenação
conjunta das ações de implementação do Plano ABC Nacional.   
Fonte: www.mda.gov.br

 
 
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