segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Deputados federais gastam R$ 3,3 mi


Por Amanda Carvalho Leonardo, Gadelha foi o que mais fez uso da cota parlamentar; mais econômico foi Damião Feliciano
Os deputados federais gastaram, somente neste ano, R$ 3, 311 milhões de suas cotas parlamentares, ou seja, pediram o reembolso das despesas do exercício de suas funções, como divulgação da atividade parlamentar, combustível, alimentação, passagens aéreas, entre outros. Esse estorno é previsto em lei e os parlamentares paraibanos podem solicitar até, no máximo, R$ 35.560 mil mensais. Em todo o País, foram gastos R$ 203,810 milhões com as cotas parlamentares aos deputados federais. Segundo informações do Portal da Transparência da Câmara Federal, referentes ao período entre janeiro a novembro, um terço dos gastos dos paraibanos foi com divulgação das atividades parlamentares (R$ 1,366 milhão). O segundo maior gasto é com a emissão de bilhetes aéreos e passagens aéreas (voos fretados, por exemplo), num total gasto de R$ 411.101. O terceiro é com combustíveis (R$ 350.859). O quarto maior gasto é com manutenção do escritório (R$ 327.873). O quinto maior gasto dos deputados é com consultorias, pesquisas e trabalhos técnicos (R$ 304.128). Os menores gastos da lista foram de serviço de segurança prestado por empresa especializada (R$ 19.667), solicitados por três parlamentares; e assinatura de publicações (R$ 1.531), solicitado apenas dois deputados. Dos 12 deputados, o que mais gastou nos últimos 11 meses foi Leonardo Gadelha (PSC), com um total de R$ 330.246,34. Segundo o parlamentar, grande parte da verba foram gastos com a contratação de consultorias para identificar os principais problemas enfrentados no Estado, assim como apontar soluções. Nesse item, ele gastou R$ 103.365, o que também o deixou em primeiro lugar no ranking. Outro grande gasto apontado por ele foi a contratação de serviço para auxiliar na construção de projetos de lei e de emendas constitucionais, o que resultou em 180 matérias apresentadas por ele durante os dois anos de mandato. “Eu procuro ter zelo nos gastos, inclusive é bom ressaltar que, mensalmente, eu gasto menos do que tenho direito. Como 1º vice-líder de partido, tenho 10% a mais da cota mensal estabelecida. Eu me surpreendi por estar em primeiro lugar, pois no meu acompanhamento eu fico em terceiro. Acredito que até o dia 31 deste mês não serei mais o parlamentar que mais gasta”, avaliou. Por meio da assessoria de imprensa, Leonardo informou que, em 2012, o seu gabinete economizou mais de R$ 80 mil e, neste ano, a economia é superior a R$ 90 mil. Leonardo também esclareceu que quase metade dos gastos do mês de janeiro envolve dispêndios efetuados no ano anterior e, por conta do recesso da Casa, só foram dispostos no sistema no mês seguinte. “Por fim, é importante ressaltar que a cota é um mecanismo de auxílio ao exercício do mandato, estabelecido no Congresso Nacional há duas décadas e adotado em praticamente todos os Parlamentos do mundo, sendo regida por Lei e calculada mediante critérios periodicamente revistos”, disse por nota. O segundo parlamentar que mais gastou foi Efraim Filho (DEM), cujos gastos somaram R$ 297.673,90; e em terceiro ficou Nilda Gondim (PMDB), com R$ 286.721,88. O parlamentar mais econômico foi Damião Feliciano (PDT), cujos gastos totalizaram R$ 219.485,92; seguido por Wilson Filho (PTB), que somou R$ 245.112,60; e Luiz Couto (PT), que gastou R$ 251.207,62. R$ 1,3 mi com divulgação: Os parlamentares paraibanos gastaram, de janeiro a novembro deste ano, R$ 1.366.445,65 para divulgação das suas atividades, pagos para empresas de publicidade, meios de comunicação e produtos midiáticos. O deputado federal que mais investiu em divulgação foi Efraim Filho, com um total de R$ 177.535,51; seguido por Nilda Gondim (R$ 163.950) e Major Fábio (R$ 163.075). Efraim Filho explicou que gastou esse valor com boletins informativos e outdoors, que foram espalhados nas principais cidades da Paraíba, um deles mostrando o investimento que ele conseguiu, em plenário, para um hospital estadual. “O investimento é para dar conhecimento das atividades em nome da Paraíba. Esse recurso para o mandato é previsto, inclusive para publicizar em jornais, rádios, por exemplo,”, afirmou. Na outra ponta, os que menos gastaram nesse quesito foram Luiz Couto (R$ 28.040); Manoel Júnior (R$ 50.890); e Benjamim Maranhão (SDD), com R$ 58 mil. De acordo com informações da Câmara Federal, esta despesa não poderá ser custeada pelos recursos da cota nos 120 dias que antecedem as eleições gerais e municipais àqueles deputados que serão candidatos. Passagens: Neste ano, os deputados federais paraibanos gastaram R$ 411.101,68 em emissão de bilhetes aéreos e passagens aéreas (como fretamento de aeronaves), a maioria para o trecho entre João Pessoa e Brasília. O deputado que mais gastou com viagens foi Luiz Couto, que pediu o reembolso de R$ 77.444,06; seguido por Nilda Gondim, com total de R$ 51.962,13; e Hugo Motta (PMDB), com gasto total de R$ 47.323,79. A reportagem tentou falar com Luiz Couto, mas na primeira tentativa ele disse que não podia falar por estar numa audiência e, no dia seguinte, seu celular permaneceu desligado. Os que menos gastaram foram Wellington Roberto (R$ 7.751,97), Benjamim Maranhão (R$ 18.454,87) e Major Fábio (R$ 23.608,66). Combustíveis: O terceiro maior gasto dos deputados é com combustível, um total de R$ 350.859 nos últimos 11 meses. Os deputados Nilda Gondim, Manoel Júnior e Benjamim Maranhão foram os que mais despenderam nesse quesito. Nilda Gondim explicou que o motivo são as inúmeras viagens que faz pelo interior da Paraíba, como parte do seu trabalho parlamentar e, também, com os projetos ‘Pensando a Paraíba’ e PMDB Mulher’. “Faço muitas viagens terrestres, hoje mesmo (quinta-feira) estou indo para João Pessoa e de lá para Campina Grande, de onde irei para outros municípios para encontros. É um direito que temos e que está relacionado, também, à divulgação do trabalho parlamentar”, ressaltou. Outros gastos: Os escritórios mais caros para manter são dos deputados Benjamim Maranhão e Damião Feliciano, que gastaram uma soma de R$ 81.223,70 e R$ 80.596,03, respectivamente, em 11 meses. A reportagem tentou entrar em contato com os parlamentares, mas eles não atenderam as ligações. O terceiro mais caro foi o de Manoel Júnior, que pediu o reembolso de R$ 68.199,87. Já os mais baratos de manter foram dos deputados Ruy Carneiro (R$ 78,40), Nilda Gondim (R$ 100,98) e Wellington Roberto (R$ 323,33). Três deputados solicitaram o reembolso por serviços de segurança, um total gasto de R$ 19.667,20: Wellington Roberto (R$ 17.550); Luiz Couto (R$ 1.267,20) e Manoel Júnior (R$ 850). Com alimentação, oito deputados pediram reembolso num total de R$ 32.709,40, com refeições em locais diversos. Os parlamentares que mais gastaram em alimentação foi Leonardo Gadelha (R$ 9.757,28, uma média de R$ 29 por dia), Nilda Gondim (R$ 7.223,91, uma média de R$ 21 por dia) e Benjamim Maranhão (R$ 4.367,81, uma média de R$ 13 por dia). Quatro deputados não pediram nenhum reembolso por refeições: Ruy Carneiro, Luiz Couto, Hugo Motta e Efraim Filho. Deputado diz que dados são divergentes: O deputado federal Leonardo Gadelha contestou os números e que, para o sistema dele, apareciam outros valores. Segundo os seus dados, ele fica em terceiro lugar no ranking dos parlamentares que mais gastaram, mas, “por questões éticas”, não informou os seus nomes. Gadelha deixou claro que nenhum deles está cometendo alguma ilegalidade, já que a cota parlamentar está prevista em lei e os valores reembolsados estão dentro do limite estabelecidos pela Câmara. Leonardo ainda destacou que, por ser vice-liderança na Casa, ele tem direito a 10% a mais no valor limite imposto pela lei. A assessoria da Câmara Federal informou que os dados das cotas parlamentares, que estão disponíveis no portal da Casa, são os oficiais e não existem informações divergentes do acesso público do acesso dos deputados.
Fonte: Portal Correio da Paraíba, 08/12/2013

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