O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse
hoje (28) que está sendo criticado por ter cumprido a lei ao entregar à Polícia
Federal (PF) documentos que acusam políticos paulistas de participação em
cartel formado para fraudar licitações no metrô e trens de São Paulo. Na Quarta-feira (27), o PSDB ingressou com
representação contra o ministro na Comissão de Ética Pública. O partido acusa
Cardozo de ter usado informações falsas para incriminar adversários do governo
e do PT. “Estou sendo acusado de cumprir a lei”, declarou o ministro, no
encerramento da cerimônia de entrega do Prêmio Innovare, que prestigia as
iniciativas de tribunais, juízes, advogados, defensores públicos e promotores
que contribuem para o aperfeiçoamento do sistema judiciário. Para Cardozo, a
entrega dos documentos à PF era um “dever legal” que ele não poderia deixar de
cumprir, após ter recebido as denúncias. “A PF é subordinada ao ministério e,
evidentemente, eu devo cumprir a lei, que diz que as denúncias que o ministro
recebe devem ser mandadas para a Polícia Federal”. Cardozo disse que a polêmica
desvia o foco do assunto principal. “Acho que há uma tentativa muito clara de
evitar uma apuração imparcial e séria [das denúncias]. Há pessoas que, por
alguma razão que desconheço, estão tentando criar um tumulto, uma situação na
qual quem cumpre a lei é acusado. [Isso serve] para tirar o foco de uma
investigação correta. Se alguém pensa que vai intimidar o Ministério da
Justiça, a Polícia Federal e o Cade estão enganados”, argumentou. O ministro
ainda disse ter pedido "uma investigação sobre fatos que já são
investigados desde 2008" e pelos quais pessoas envolvidas já foram punidas
em outros países. "O Brasil ainda caminha lentamente nessa
investigação", explicou. Ele também rebateu as críticas de que demorou a
confirmar ter encaminhado à PF os documentos que lhe foram entregues pelo deputado
federal licenciado Simão Pedro (PT). “Não houve demora. Foi apenas um dia. A
matéria de O Estado de S.Paulo saiu na quinta-feira (21),
dizendo que o Cade havia encaminhado o material. Achei isso estranho, já que eu
tinha entregado o material, mas era possível que o Cade também tivesse recebido
[cópia] e a encaminhado. Na quinta-feira à tarde, o superintendente do Cade,
Vinicius, [o presidente do Cade, Vinicius Carvalho] me procurou e disse que não
sabia do que se tratava. Liguei para o diretor-geral da PF e na sexta-feira eu
fui informado de que o inquérito estava [tramitando] em São Paulo. No mesmo dia
soltei a nota”, relatou.
Fonte: Agência Brasil
Fonte: Agência Brasil
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