Manifestantes entregaram ao ministro da Educação, José Henrique Paim,
carta em que pedem a abertura de mais escolas no campo, melhor transporte escolar e merenda para os alunos.
Protesto reuniu crianças e durou duas horas
Após duas horas de protesto, integrantes do
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) desocuparam o saguão da portaria
principal do Ministério da Educação (MEC). Os manifestantes entregaram ao
ministro da Educação, José Henrique Paim, carta em que pedem a abertura de mais
escolas no campo, melhor transporte escolar e merenda para os alunos, entre
outras demandas.
Os
sem-terra, estimados em 750 pelo MST e em 300, pelo MEC, chegaram ao prédio, na
Esplanada dos Ministérios, por volta das 10h e saíram ao meio-dia, após
entregar a carta ao ministro, que ouviu as reivindicações do grupo. “Nosso compromisso
com vocês é com o diálogo permanente, no sentido de reduzir as desigualdades
entre a educação no campo e a educação urbana. Queremos que vocês tenham
melhores condições para a educação no campo”, disse o ministro.
Segundo um
dos coordenadores do setor de Educação do MST, Alessandro Mariano, o grupo veio
denunciar o descaso do MEC com as escolas do campo. “Nos últimos dez anos, foram
mais de 37 mil escolas fechadas, e o ministério não tem feito nada. As escolas
em funcionamento e o transporte escolar estão em situação muito precária. Há
necessidade de uma política de educação no campo verdadeira”, destacou Mariano.
Paim disse
que o MEC também está preocupado com o fechamento das escolas no campo. “Temos
a mesma preocupação que vocês com a questão do fechamento de escolas. Tanto é
assim que já mandamos ao Congresso Nacional projeto de lei, aprovado na Câmara
e agora tramitando no Senado, instituindo critérios mais rigorosos para o
fechamento de escolas. É preciso ouvir a comunidade para o fechamento de
escola.”
De acordo
com Paim, o Ministério da Educação vai solicitar ao Senado que aprove, o mais
rapidamente possível, a lei que impõe como condição para o fechamento das
escolas a consulta à comunidade. “Seria muito importante que vocês fossem ao
Senado pedir a votação de tal lei. Todas essas demandas pela construção de
escolas e melhora do transporte escolar são compromissos do ministério”,
destacou.
Milena Lima
de Oliveira, de dez anos, que está no quinto ano do ensino fundamental, disse
que veio a Brasília para pedir mais e melhores escolas no campo. “Minha escola
está precisando de reforma, pois está muito ruim. Precisamos de ar-condicionado,
porque [a escola] é muito quente, e de mais merenda”, disse a estudante, que
mora no Assentamento Palmares, em Parauapebas, no Pará.
No
manifesto, que foi feito pelas crianças do movimento e entregue ao ministro da
Educação, os sem-terra também pedem atividades extracurriculares e cursos de
informática, além da construção de piscinas e quadras esportivas nas escolas no
campo.
Os sem-terra
participam, até sexta-feira (14), do 6° Congresso Nacional do MST que marca os
30 anos de criação do movimento. De acordo com líderes do MST, o principal
objetivo do evento é discutir e fazer um balanço da atual situação do
movimento, traçar novas formas de luta pela terra, reforma agrária e
transformações sociais. Outros textos sobre o MST
Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br
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