Em 2014 a Marcha pela Vida das Mulheres e pela
Agroecologia chega a sua quinta edição e vai reunir 3.500 agricultoras no
município de Massaranduba, na Paraíba.
O evento é uma realização do Polo da
Borborema, um fórum de sindicatos e organizações da agricultura familiar que
congrega 14 municípios e mais de cinco mil famílias do Agreste da Borborema, e
da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia.
Tradicionalmente a marcha acontece no 08 de março,
Dia Internacional da Mulher, mas esse ano acontecerá excepcionalmente no dia 14
de março, sexta-feira.
A Marcha é um momento de denunciar as desigualdades
sociais e a violência contra mulher. É também a expressão da luta por direitos
e por relações de gênero mais justas na agricultura familiar. Em todos os anos,
a caminhada marca o encerramento de uma série de eventos municipais em que se
faz uma leitura crítica das manifestações das desigualdades e a persistência
histórica da cultura patriarcal.
Busca-se ainda valorizar as estratégias de
superação encontradas pelas mulheres. Esse trabalho é construído dentro da rede
de agricultoras-experimentadoras do Pólo e a partir das suas práticas. Esses
eventos também são momentos de afirmação do protagonismo das mulheres na
construção do projeto agroecológico para a região.
Programação - A concentração da Marcha será, a
partir das 8h30, na Vila Nicolândia (em frente ao Centro de Referência em
Assistência Social – CRAS) na entrada da cidade. Neste momento será apresentada
a peça “Margarida grávida novamente?”, encenada pelo Grupo de Teatro do Polo da
Borborema. O espetáculo mostra situações de injustiça vivenciadas por uma
mulher no acesso às políticas públicas.
Após a peça, as agricultoras, e também os
agricultores, sairão em caminhada em direção ao Parque do Povão, no Centro da cidade,
onde estará montada uma feira com a apresentação de produtos e experiências, um
espaço de visibilidade da contribuição técnica, social, econômica e política
das agricultoras para a agroecologia.
Carregando bandeiras, faixas, cartazes e cantando
canções emblemáticas, as participantes irão dar seus depoimentos de superação e
distribuir panfletos, dialogando com a comunidade local durante todo o
percurso.
Além das mulheres da região do Polo, a marcha
receberá caravanas de várias regiões do estado que compõem a Articulação do
Semiárido Paraibano (ASA Paraíba), do Coletivo Estadual de Mulheres do Campo e
da Cidade, entre outros movimentos sociais.
A marcha é realizada desde o ano de 2010 nos
municípios que integram a dinâmica do Polo da Borborema. A primeira edição
aconteceu em Remígio (2010) com um público inicial de 900 mulheres, em seguida
foram realizadas nos municípios de Queimadas (2011), Esperança (2012) e em
Solânea (2013), quando marcharam mais de três mil mulheres.
O valor da Marcha é sintetizado no depoimento da
jovem agricultora Adailma, do município de Queimadas-PB. “No ano passado, eu
participei da Marcha em Solânea e para mim foi muito importante porque eu notei
que não era só eu que estava me sentindo sufocada. Que estava sentindo vontade
de gritar que a gente pode conviver na sociedade de uma forma mais igual entre
homens e mulheres.
A gente é educada desde sempre pela sociedade de
certa forma a dizer que homem é mais do que mulher, que a gente tem que servir para
os homens. Não! A gente serve para conviver com o homem, são dois, é par, não é
um mandando no outro. “Então me sinto realizada por participar desse movimento
e convido a todos para que venham abraçar a causa conosco e seguirmos em
frente”.
Fonte: www.aspta.org.br
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