segunda-feira, 14 de abril de 2014

Irmã de Manoel Ludgerio é investigada por desvio de verba do transporte escolar


A advogada Cassimira Alves, procuradora da Câmara Municipal de Campina Grande, e Cícero Ludgerio, cunhada e irmão do deputado estadual Manuel Ludgério, ex-secretário do Governo Ricardo Coutinho, estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal da Paraíba e pela Policia Federal por envolvimento, ao lado de outras pessoas, no desvio de verbas públicas destinadas ao transporte escolar de estudantes para instituições de ensino na zona rural do Município.

Uma longa reportagem com mais de 11 minutos veiculada na quarta-feira (19 de março) pela TV Paraíba mostrou que as crianças e adolescentes estão sem ônibus estadual nos distritos de São José da Mata e Catolé de Boa Vista, sendo transportadas em veículos municipais que circulam com até o dobro da lotação máxima.

A secretária de Educação do Estado, Márcia Lucena, informou que serão realizados contratos emergenciais. A promotoria da educação de Campina Grande destacou que ela pode ser acionada judicialmente por improbidade administrativa.

"Estamos tomando as medidas, adotando procedimentos licitatórios para a própria secretaria fazer o transporte na região de Campina Grande. Enquanto esse processo cumprir suas etapas, vamos fazer contratos de emergência para sanar o prejuízo. Diante dos impedimentos e irregularidades alertados pelo promotor, estamos tomando também medidas administrativas com os conselhos e direções das escolas", explicou a secretária.

No distrito de São José da Mata, 400 alunos dependem do transporte. Há dois anos não há ônibus para buscar ou levar os estudantes à noite. De manhã, apenas os ônibus municipais operam, mas estão superlotados por transportar alunos do estado e município. "A capacidade é para 48 e vem com 120, 130 alunos todos os dias", disse o motorista Ednaldo França.

A diretora da Escola Estadual José Miguel Leão, Eliane Lima, disse que cerca de 200 alunos desistiram de estudar no período. "Isso causa uma evasão enorme, tivemos turmas que fecharam o ano com dois ou três alunos, porque os estudantes dos sítios não tinham como vir para a aula", afirmou.

A Promotoria de Educação de Campina Grande recebeu denúncias de precariedade no serviço e iniciou uma investigação ainda em 2012. Segundo MP-PB, os investigados podem estar envolvidos nos crimes de peculato, fraude a licitação e formação de quadrilha.

As verbas federais, no entanto, foram repassadas normalmente durante o período, através do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE). "Ao longo dessa investigação surgiram indícios da prática de ilícitos penais de improbidade administrativa, com a intervenção de pessoas com más intenções", assegurou o promotor Guilherme Câmara.

Cícero e Cassimira, segundo a reportagem, forjavam a criação de conselhos escolares para influenciarem nos processos de licitação, onde ocorreriam os desvios das verbas alocadas para o transporte escolar.

Veja a reportagem na íntegra (aos 03h30min minutos um infográfico mostra como se dava a participação dos acusados):

Fonte: http://www.folhadapb.com.br

Veja e confira no Vídeo
Desvio de verbas no transporte escolar da Paraíba

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