O parlamentar deu essa declaração em reunião
com representantes dos quilombolas
O
deputado Luiz Couto (PT) recebeu no seu gabinete, em Brasília, representantes
do movimento quilombola do Brasil que, na sexta-feira (30/5), participaram de
mais um dia de protestos na Esplanada dos Ministérios.
Eles
entregaram ao parlamentar um documento e uma Nota de Repúdio à comissão
instalada da PEC 215, proposta quetransfere para o Congresso Nacional a
competência de aprovar a demarcação de terras indígenas, unidades de
conservação e terras dos quilombolas, que hoje são de competência do poder
executivo.
Os
quilombolas pediram apoio para que se agilize os títulos das terras e empenho
na derrubada da referida PEC. Luiz Couto disse que votará contra a proposta e
assegurou que continuará lutando para que os direitos dos quilombolas e também
dos índios sejam respeitados. Confira
‘nota de repúdio à comissão instalada da PEC 215’:
O
Conselho Indígena de Roraima (CIR), os povos Macuxi, Wapichana, Ingaricó,
Yanomami, Wai-Wai, Sapará, Patamona, Yekuana e Taurepang, comunidades,
lideranças e organizações indígenas, com um único sentimento de muita
preocupação e revolta que se alia aos demais povos indígenas do Brasil.
Vem afirmar o REPÚDIO à Comissão Instalada da
PEC 215, articulada pela Bancada Ruralista e acatada pelo presidente da Câmara
dos Deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), da base aliada do governo
federal, no dia 10 de setembro de 2013. O objetivo da PEC 215 é transferir para
o Congresso Nacional a competência de aprovar a demarcação de terras indígenas,
unidades de conservação e terras dos quilombolas, que hoje são de competência
do poder executivo.
No
cenário atual o Congresso Nacional não é casa confiável para tratar sobre
direitos dos povos indígenas e humanos. A proposta de Emenda Constitucional 215
é defendida pelos ruralistas e seus grupos de aliados. Todo esse pessoal são
aqueles que votam a favor das grandes obras dentro ou no entorno das terras
indígenas e populações tradicionais, como a construção da Hidrelétrica nas
Corredeiras do Bem Querer no Rio Branco (patrimônio registrado pelo IPHAN).
Cachoeira do Tamanduá no Rio Cotingo,
patrimônio dos povos indígenas na Raposa Serra do Sol, Belo Monte e todos os
planos malditos do agronegócio, que com toda força estão tentando assumir o
Parlamento com exclusão da população brasileira e definir, como sempre fazem, no
calar da noite, às escondidas, o futuro de nossas gerações. Todo o avanço de
conquista de direito tem marcado, ao mesmo tempo, momentos de agonia, decepção
e sofrimento, que parecem estar longe de acabar.
Nós
povos indígenas de Roraima vivemos na Amazônia e estamos num momento cada vez
mais difícil para dialogar com os ditos governantes desse país. Em tudo que
está ocorrendo no cenário atual, tem sido visível o desrespeito aos nossos
direitos e as violações que cada vez mais crescem.
A
PEC 215 é uma guerra declarada dos ruralistas e agronegócio contra os povos
indígenas, e por isso as riquezas dos nossos territórios não estão em
negociação e nem serão entregues para interesses econômicos e políticos
recheados de corrupção e afronta à Constituição Federal de 1988.
Mais
uma vez o governo atual demonstrou que não tem comando para governar o Brasil,
pois o Deputado Henrique Alves (PMDB), do partido do vice-presidente, atendeu
interesses em que segundo a mídia o governo atual é contra.
Então,
essa falsidade teve pernas curtas e agora o governo federal é responsável
direto pelas violências que ocorrerão daqui para frente contra os povos
indígenas. Em nome do “desenvolvimento”, o futuro dos direitos dos povos
indígenas e das populações tradicionais se encontra mais vez massacrado.
A
todos os povos indígenas, populações tradicionais e nação brasileira
solicitaram união, e que defendamos com veemência a Constituição Federal de
1988, se hoje os parlamentares federais violam os direitos à vida, no futuro
esse mesmo ato irá continuar se nós deixarmos. NÃO À PEC 215 E SEUS DEFENSORES! Boa Vista-RR, 11 de setembro de 2013.
Coordenação Geral do Conselho Indígena de Roraima – CIR (Ascom do Dep. Luiz Couto)
Fonte: http://www.luizcouto.com/
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