Luciane Barros, comunicadora popular da ASA, Brumado – BA, Seu Adnilson Amorim apresenta sua produção
agroecológica. | Foto: Luciane Barros, Seu Zequinha explica como funciona
a fita gotejadora. | Foto: Luciane Barros
Entre os dias 16 e 17 de junho, a Associação Divina Providência realizou
dois intercâmbios intermunicipais, no município de Aracatu, no sudeste da
Bahia. Participaram das visitas, agricultores/as das comunidades Piabanha.
Lagoa da Dentro e Olhos D'água de Gameleira, município de Brumado,
que conquistaram as tecnologias de produção do Programa Uma Terra e Duas Águas
(P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).
Os agricultores/as visitaram a propriedade de seu Adnilson Amorim e dona
Eva da Silva, na comunidade Lagoa da Roda. O casal cultiva em seus canteiros
diversas hortaliças, como:
alface, cebola, coentro, abobrinha, abóbora, couve, quiabo, dentre
outras. Além de comercializar as hortaliças, a família ainda fabrica o tempero
e Marcelo Amorim, filho do casal, que já morou em São Paulo, vende na feira
livre em Aracatu e disse que não pensa mais em sair de suas terras. Seu
Adnilson ressalta que não precisa de muitos hectares de terra para viver e
produzir, mas em um pequeno pedacinho de terra, já é suficiente para ter vida
digna no Semiárido.
As chuvas que caíram na região e a lama nas estradas não foram
obstáculos para que fôssemos visitar a propriedade de seu José Reinaldo, na
comunidade Caetano. Seu Zequinha, como é conhecida na região, junto de sua
esposa, dona Olívia e suas filhas Letícia e Marina Paixão, se alegrou em abrir
as portas de sua propriedade e apresentar sua experiência de convivência com o
Semiárido.
Seu Zequinha tem plantações em consórcio, como: milho com capim e milho
com abóbora, além de cultivar mandioca, plantas frutíferas, medicinais e
hortaliças. As plantações são molhadas através da fita gotejadora, que
economiza cerca de 70% da água.
Os agricultores e agricultoras se alegraram com o que viram e ficaram
cheios de vontade de começar a produzir: “Foi uma experiência muito valorosa.
Fiquei muito encabulada com as hortas e vou fazer o mesmo em minha
propriedade”, afirma dona Írma Pereira Gonçalves, moradora da comunidade Olhos
D’água de Gameleira.
Seu Cilo José da Silva, da comunidade Piabanha, ressaltou a importância
dos projetos de convivência com o
Semiárido para as famílias agricultoras: “Essas tecnologias estão incentivando
o homem do campo a viver e produzir na zona rural. Se todos nós deixarmos as
nossas propriedades para irmos para a cidade, o nosso sertão vai acabar. Daqui
a alguns meses temos também a possibilidade de produzir nossos alimentos livres
de agrotóxicos”, conclui.
A visita às famílias agricultoras é um momento em que elas trocam experiências e levam muitos conhecimentos para suas comunidades. Gilvando Oliveira, coordenador do P1+2 do Centro Comunitário da Paróquia São Pedro de Aracatu, destacou sobre a necessidade das famílias que ainda não receberam as tecnologias de produção em participarem desses momentos e lançou um desafio: “Espero que no próximo ano, estaremos fazendo visitas na comunidade de vocês".
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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