Aconteceu
no município de Boqueirão-PB no último fim de semana, sexta e sábado, 25 e 26
de julho, a VI Festa da Agricultura Familiar do Cariri Paraibano em alusão ao
Dia do Agricultor, comemorado em 25 de julho.
O
primeiro dia da festa aconteceu no Clube Recreativo da cidade. Com o lema
“Agricultura Familiar plantando vida e colhendo saúde, todos construindo
comercio justo no Cariri Paraibano”.
O evento teve como objetivo dar visibilidade ao trabalho de fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica na região do Cariri e potencializar a Tenda Agroecológica do Cariri, como espaço de comercialização.
O evento teve como objetivo dar visibilidade ao trabalho de fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica na região do Cariri e potencializar a Tenda Agroecológica do Cariri, como espaço de comercialização.
Estiveram
presentes no evento representantes da ASA Paraíba, agricultoras e agricultores
familiares de Boqueirão e dos municípios da região: Caraúbas, Cabaceiras, São
Domingos do Cariri, Caturité, Alcantil, Barra de Santana e Barra de São Miguel.
A
programação do primeiro dia da Festa foi aberta com uma mística onde cada
município foi convidado a se apresentar trazendo para uma espécie de altar a
sua bandeira e alimentos da agricultura familiar para compor o “Banquete da
Vida”. Após a formação do banquete os participantes desfrutaram dos alimentos
em um farto café da manhã coletivo.
Após
esse momento houve a palestra “Agroecologia e Comércio justo no Território do
Cariri Paraibano”, proferida por Ary Sezhyta, coordenador do Serviço Pastoral
dos Migrantes (SPM) e membro da coordenação da ASA Paraíba.
Em sua fala, o
coordenador, propôs a desconstrução de alguns mitos muito conhecidos como
aquele que diz que “o que é bom é o que vem de fora”, “quem produz o alimento
do povo brasileiro é o agronegócio”, ou “o recurso do governo é para os mais
pobres”.
Mostrando
que apesar de agricultura familiar de base camponesa ser a maior responsável
pela produção de alimentos e geração de empregos no campo ainda recebe
investimentos públicos inversamente proporcionais ao que produz.
O
palestrante ainda tratou sobre o comércio justo e as feiras agroecológica como
espaços de intercâmbio entre consumidores e produtores: “Este movimento ousa de
falar em solidariedade dentro da economia. As feiras agroecológicas se
constituem como espaços e processos de educação solidária entre agricultores e
consumidores”, afirmou.
Após
o debate, Marcelo Silva, da Rede de Educação Cidadã (Recid) falou sobre a
proposta do Plebiscito Popular pela Constituinte e a grande mobilização que vai
ocorrer na semana da pátria, 01 a 07 de setembro, quando as pessoas serão
convidadas a responder se querem uma mudança no sistema político brasileiro por
meio da formação de uma assembleia constituinte.
Na
parte da tarde ocorreram às oficinas temáticas sobre sementes, mulheres,
jovens, criação animal, capacitação de água de chuva e metodologia e avaliação.
A oficina de mulheres foi facilitada por Madalena Medeiros, coordenadora do
Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2)
O
Centro de Ação Cultural (CENTRAC). Madalena tratou das desigualdades entre
homens e mulheres no mundo do trabalho “Porque, desde cedo, as meninas
trabalham mais dentro de casa do que os meninos?”, provocou a educadora.
Participaram mais de 20 mulheres, Josefa Nilda da Silva, tem 38 anos e mora no
Sítio Cavaco, em Boqueirão.
Ela
conta que não teve a oportunidade de estudar, pois desde cedo tinha que
trabalhar: “Meu pai não me deixou estudar, tinha que cuidar da casa e trabalhar
no roçado”, diz. Hoje ela é mãe de duas meninas e um menino e faz questão que
frequentem a escola.
A
programação do sábado, dia 26, começou com a concentração da caminhada às 8h na
sede do CASACO, próximo à saída para Cabaceiras-PB, no Centro e saiu pelas ruas
centrais de Boqueirão, até a “Tenda Agroecológica do Cariri”.
Foi
inaugurada como espaço de comercialização dos produtos da agricultura familiar
da região. Durante o percurso da caminhada os agricultores exibiram faixas,
banners e cartazes com palavras de ordem para o movimento agroecológico de
convivência com o semiárido.
Foram feitas algumas paradas no meio do caminho
denominado de “estações”, ou momentos de reflexão sobre os quatro princípios da
agroecologia: manejo agroecológico, justiça social, distribuição social das
riquezas e viabilidade econômica. Houve ainda uma peça de teatro sobre o tema
da festa, encenada por jovens. A festa foi encerrada com uma mística e uma roda
do xote ecológico, além de um almoço.
A
VI Festa da Agricultura Familiar do Cariri Paraibano é uma promoção do Coletivo
ASA Cariri Oriental (CASACO), uma das entidades integrantes da Articulação do
Semiárido Paraibano (ASA Paraíba).
Fonte: http://centrac.org.br
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