Elaine Dias - Comunicadora popular da
Asa Brasil, São Raimundo Nonato – Piauí, IV Grito do Semiárido
Piauiense será dias 16 e 17 de outubro. | Foto: Cáritas São Raimundo Nonato
Entre serras e
rios, ecos jovens e adultos reproduzem-se fortemente, com poder de alcance para
além das fronteiras do verde-cinza da caatinga. Ecoa na consciência dos povos
do Semiárido que vão às ruas denunciar as injustiças sociais que ameaçam a
soberania, a vida e seus direitos de cidadania.
Mazelas estas
causadas pela ausência de políticas públicas efetivas que garantam a plenitude
da cidadania desses povos. Eles dão o grito reivindicatório e de basta, o IV
Grito do Semiárido Piauiense nos dias 16 e 17 de outubro, no município de São
Raimundo Nonato.
Participarão do 4º Grito do Semiárido trabalhadores e trabalhadoras da região de São Raimundo Nonato e municípios adjacentes no Piauí, e famílias das áreas atingidas em Dirceu Arcoverde e Dom Inocêncio, em Juazeiro – BA.
Participarão do 4º Grito do Semiárido trabalhadores e trabalhadoras da região de São Raimundo Nonato e municípios adjacentes no Piauí, e famílias das áreas atingidas em Dirceu Arcoverde e Dom Inocêncio, em Juazeiro – BA.
A ação é
realizada pela Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato e a Comissão Pastoral
da Terra (CPT) em parceria com o Fórum Piauiense de Convivência com o
Semiárido, pastorais sociais da Diocese de São Raimundo e com apoio do
Instituto Comrádio do Brasil.
O tema do encontro será “Política Pública para o Semiárido e a Intervenção da Mineração”. O Grito tem o intuito de pautar mais uma vez a problemática da mineração e a ausência de políticas públicas para o Semiárido. Dessa vez haverá um processo de informação e formação para empoderamento das famílias que estão nas áreas de atuação das empresas de mineração.
O tema do encontro será “Política Pública para o Semiárido e a Intervenção da Mineração”. O Grito tem o intuito de pautar mais uma vez a problemática da mineração e a ausência de políticas públicas para o Semiárido. Dessa vez haverá um processo de informação e formação para empoderamento das famílias que estão nas áreas de atuação das empresas de mineração.
Essas comunidades
participarão de encontros de formação nos dias 27 e 28, com a assessoria do
advogado Lucas da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O objetivo é criar
subsídios para que eles mesmos possam falar, denunciar e ir à luta.
O IV Grito do Semiárido Piauiense configura-se em outra direção, na expectativa de desencadear uma agenda de esclarecimentos e providências relativas aos direitos das famílias das áreas atingidas e em prospecção. Neste sentido serão convidados para uma audiência os titulares do Ministério Público Federal e Estadual, incluindo a Promotoria Pública Ambiental sediada em São Raimundo Nonato.
Os preparativos para o IV Grito contaram com visitas às famílias das comunidades do entorno do morro do mel ( corredor ecológico), onde os moradores foram ouvidos e gravaram depoimentos para a produção de um documentário. As famílias relatam que a mineradora São Camilo já comprou mais de mil hectares de terra, e até o momento nenhum diálogo foi estabelecido com as comunidades do entorno.
A visita também foi realizada às famílias do quilombo Lagoas, onde pesquisas estão sendo realizadas em áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, Bonfim, Várzea Branca, Fartura e São Lourenço.
Nesses municípios
verificam-se grandes áreas de queimada de madeira, que segundo os executores
está autorizada pela SEMAR, e isso dentro da área quilombola ainda sob
responsabilidade do INCRA para regularização fundiária. Ao todo, 60 fornos
funcionarão na comunidade quilombola Lagoa Nova, sendo que 42 já estão
concluídos e 28 iniciados. Já há registro do início da atividade em um desses
fornos.
O IV Grito do Semiárido Piauiense é o encontro de várias lutas em defesa de uma política efetiva e permanente para o Semiárido piauiense e deve ser pautado e construído pelo estado piauiense. Soma-se com a Campanha em Defesa das Terras, das Águas e dos Povos do Piauí.
Retrospectiva da luta - A luta foi iniciada em maio de 2011, quando o Bispo Diocesano de São Raimundo Nonato, D. João Santos Cardoso convocou a representação das paróquias e dos setores pastorais, serviços e organismos da Diocese para discutir as consequências da seca na região. Dessa reunião, um documento foi elaborado e emitido às secretarias de Estado e ao gabinete do governador solicitando providências emergenciais e ações estruturantes.
Nenhuma resposta efetiva foi encaminhada. Então, com base no documento outras organizações sociais como Cáritas Diocesana de São Raimundo Nonato e Comissão Pastoral da Terra (CPT) entenderam como necessário ampliar uma manifestação de denúncia da ausência de ações sociais, como de uma política pública para o Semiárido.
Realizou-se, então, o 1º Grito do Semiárido
Piauiense reunindo numa audiência pública, em São Raimundo Nonato, mais de mil
trabalhadores e trabalhadoras e secretarias de Estado como Defesa Civil, SDR,
SEMAR e INCRA. E novamente nenhuma agenda de compromissos foi assumida.
Atos - O II Grito do Semiárido foi reforçado pelo Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido – FPCSA e realizado em Picos, em 2012. O III Grito aconteceu em 2013, novamente em São Raimundo Nonato, acrescentando a preocupação com o avanço das pesquisas de empresas mineradoras no território, que resultou no seguinte tema: “POLÍTICA PÚBLICA PARA O SEMIÁRIDO E A INTERVENÇÃO DA MINERAÇÃO”.
Pautou-se mais uma vez a dificuldade do debate em torno desta política discutindo agora como implantá-la, considerando os impactos sociais e ambientais previstos com a intervenção das possíveis áreas de extração de minério, além das já definidas como a GALVANI, no limite do Piauí com a Bahia, já com registros de consequências nocivas constatadas pelas famílias do entorno.
A VALE, em Capitão
Gervásio Oliveira, pronta para iniciar a atividade de exploração; e o processo
de queimadas de madeira em mata virgem, dentro do Território quilombola Lagoas.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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