Centrac; Seu
Raminho Mendes e a esposa dele ao lado da cisterna de placas
As
famílias agricultoras do Agreste Paraibano estão mudando a sua maneira de
produzir e investindo em uma plantação mais diversificada, favorecendo a sua
segurança alimentar.
Neste
território, até o início do ano que vem, 450 famílias passarão a ter acesso à
um reservatório de água voltado à produção de alimentos e à criação de animais.
O agricultor Severino Mendes, conhecido como Raminho, é um destes exemplos.
Ele
vive com a esposa no Sítio Ladeira do Chico, no município de Aroeiras-PB.
Raminho Mendes divide com um irmão Paulinho Mendes a propriedade de 1,5
hectares. No local eles criam galinhas e produzem as hortaliças coentro,
alface, couve, cebolinha, pimentão, pimenta; roçados de quiabo, maxixe, milho
alho, fava lavandeira, orelha de vó, boca de moça e mulatinha, feijão carioca,
preto e macassa.
Raminho tem um banco de sementes familiar e é guardião da fava lavandeira. Ele conta que desde os seus antepassados vem conservando essa e outras variedades, sempre guardando e multiplicando, distribuindo com os vizinhos. “Outra cultura que nós resgatamos aqui foi a do gergelim, que tinha quase desaparecido e nós voltamos a plantar”.
Raminho tem um banco de sementes familiar e é guardião da fava lavandeira. Ele conta que desde os seus antepassados vem conservando essa e outras variedades, sempre guardando e multiplicando, distribuindo com os vizinhos. “Outra cultura que nós resgatamos aqui foi a do gergelim, que tinha quase desaparecido e nós voltamos a plantar”.
O
agricultor já tinha a sua cisterna de beber e cozinhar, este ano conquistou a
cisterna de produção, do tipo calçadão do Programa Uma Terra e Duas Água (P1+2)
e agora planeja ampliar e diversificar ainda mais os plantios, com foco na
alimentação: “O que a gente produz é para o consumo da família mesmo, mas se
tiver uma produção boa, nos vamos vender, sim”, explica o agricultor.
Outro
exemplo é o da agricultora Maria das Graças Souza da Silva, do Sítio Bernardo,
também em Aroeiras, que teve a sua vida transformada com a possibilidade do
acesso à água perto de casa.
Antes
de conquistar a sua cisterna enxurrada do P1+2, a agricultora sofria tendo que
buscar água em um rio a quase duas horas de distância de sua casa, pois o
barreiro da propriedade de nove hectares secava no verão, só passando oito
meses com água.
“Minha
cisterna está quase cheia, então melhorou muito pra mim, só em saber que tem a
água ali, sem precisar andar o que andava, sair atrás de água nas cacimbas, é
um alivio”, conta.
Maria
das Graças hoje planta feijão preto, fava lavandeira, milho, palma doce e
redonda. Com a água de produção iniciou o plantio das hortaliças couve e
cebolinha e as medicinais louro, erva cidreira, hortelã babosa, hortelã da
Bahia e as frutas, maracujá, umbu cajá, caju, graviola, pitanga e laranja,
estas três últimas foram mudas que ela trouxe de uma visita de intercâmbio no
município de Massaranduba.
A
expectativa de Maria das Graças é a de poder ampliar a sua produção e deixar de
comprar fora alimentos que antes não podia produzir pela pouca disponibilidade
de água. “Não vou ter mais aquela preocupação de comprar água sem poder, aqui
um caminhão pipa custa 200,00 e só dura oito dias”, explica a agricultora.
Madalena
Medeiros, coordenadora do P1+2 na região, ressalta a importância estratégica e
a contribuição da agricultura familiar para a garantia da segurança alimentar
no território: “A agricultura familiar e de pequena escala está vinculada à
segurança alimentar, pois esse tipo de agricultura preserva os alimentos
tradicionais.
Além de
contribuir para uma alimentação balanceada, para a proteção da
agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais. “Outro
aspecto é a possibilidade de impulsionar os mercados locais”.
O P1+2
é desenvolvido no território do Agreste Paraibano nos municípios de Aroeiras,
Mogeiro e Itabaiana, através da parceria entre o Centro de Ação Cultural –
CENTRAC e a Comissão Pastoral da Terra que assessoram o Fórum de Lideranças do
Agreste – FOLIA, dinâmica territorial que reúne os agricultores e as
agricultoras da região.
O FOLIA
integra a Articulação do Semiárido Paraibano (ASA Paraíba) e desenvolve um
trabalho de formação para o fortalecimento da convivência com o semiárido em
bases agroecológicas. Os recursos do P1+2 nesta ação são da Fundação Banco do
Brasil.
Ano da Agricultura Familiar - A Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura celebra anualmente o Dia Mundial da
Alimentação no dia 16 de outubro, data na qual a Organização foi fundada. O Dia
Mundial da Alimentação visa promover a conscientização sobre o problema da fome
no mundo, bem como estimular a cooperação entre os países e a participação da
população rural na tomada de decisões.
No
contexto do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, o tema do Dia
Mundial da Alimentação este ano é Agricultura Familiar: “Alimentar o mundo,
cuidar da terra”. O objetivo é pôr em evidência a agricultura familiar e os pequenos
agricultores e sua significativa contribuição para erradicar a fome, garantir a
segurança alimentar e proteger o meio ambiente.
Fonte: http://www.asabrasil.org.br/
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