sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Ricardo Coutinho e Cartaxo dão apoio a plebiscito constituinte

Foto: Rizemberg Felipe

Caminhada: Mobilização pela Reforma Política reúne manifestantes em João Pessoa; fim do financiamento privado de campanhas é uma das reivindicações


Fim do financiamento privado de campanha é uma das principais bandeiras levantadas pelos chefes do Executivo estadual e municipal.

O governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), e o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), assinaram ontem um manifesto em apoio ao plebiscito constituinte. O fim do financiamento privado de campanha é uma das principais bandeiras levantadas pelos chefes do Executivo estadual e municipal.

O ato ocorreu como parte da mobilização pela reforma política com a participação exclusiva da população. O evento, iniciado no Lyceu Paraibano, Centro, terminou com uma caminhada pelo Parque Sólon de Lucena em direção ao Ponto de Cem Réis.

O movimento surgiu após a consulta popular realizada entre os dias 1º a 7 de setembro, que resultou em mais de 7,7 milhões de votos a favor de uma constituinte exclusiva para reformar o sistema político. Mais de 400 organizações pedem agora que o Congresso Nacional convoque um plebiscito oficial para os eleitores irem às urnas dizer se são a favor ou não de uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político.

Apesar de defender que a pauta de discussão gire primeiramente em torno da aprovação do plebiscito, Ricardo Coutinho entende que o financiamento público das campanhas eleitorais pode reduzir a corrupção. “As pessoas acham que o financiamento público vai tirar dinheiro do Estado e entregar para o candidato. Isso já é feito quando se utiliza o caixa dois.

Porque o caixa dois é um dinheiro que tem que entrar na contabilidade oficial para gerar impostos. É fundamental que a Justiça Eleitoral tenha uma condição maior sobre as candidaturas. “Eu acho que o financiamento dá essa condição, ao contrário da que existe hoje, onde você faz captação de qualquer canto”, comentou.

Do mesmo entendimento é o prefeito Luciano Cartaxo, acerca do financiamento público de campanhas, e defende que as mudanças possam ainda ser efetuadas via Congresso Nacional.“Sou a favor. É um dos temas que deverão estar pautados na reforma política. Essa é uma das frentes que o PT defende na reforma. Esperamos que o Congresso se mobilizasse.

Porque se ele não fizer, quem vai fazer é a população através de uma constituinte exclusiva. Essa “é uma forma de colocar que o povo vai ficar na dependência do atual Congresso”, afirmou.

Para Ricardo Coutinho, no entanto, o mais importante, no momento, é aprovar o plebiscito para reforma soberana, ou seja, sem a intervenção parlamentar. “O Congresso que aí está não tem capacidade nem condição política de fazer a reforma. E não tem porque alguém seja ruim ou bom, mas pela construção da grande maioria do Congresso”, afirmou.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB), também abraçou o movimento. O presidente Odon Bezerra também assinou o manifesto e defendeu que a população assuma a responsabilidade em pressionar pelo plebiscito para que seja realizada a reforma política. “Temos um papel importante, como advogados, de colaborar com esse processo”, destacou.

COMITÊ POPULAR QUER QUEBRAR REGRAS ATUAIS; O secretário estadual do Comitê Popular e um dos organizadores da ação, Marcos Freitas, explicou que a meta é romper com as tradicionais regras eleitorais, estabelecendo novas regras com a participação ativa da população.

“Para inverter essa lógica, se faz necessário um processo político profundo e radical, que se dê no seio da sociedade, no qual entendemos que somente uma constituinte seria capaz de produzir.
Para a deputada federal do Distrito Federal Erika Kocay (PT), que esteve presente ao ato, é importante que haja uma reformulação do processo eleitoral para que a composição dos parlamentares seja mais parecida com a população.

“Nós mulheres somos maioria entre os brasileiros, no entanto, apenas 8,7% dos deputados são mulheres. Já os latifundiários são apenas 0,08% da população, no entanto, são maioria na Câmara. É preciso que mudemos isso, para que o Congresso tenha a cara do povo”, disse.

Fonte: www.jornaldaparaiba.com.br

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